Muito há ainda por descobrir sobre o SARS-CoV-2, com o vírus a propagar vários enigmas na comunidade científica, enquanto novos avanços surgem em catadupa, mostrando que travar a pandemia é uma manobra bem mais complexa. As conclusões de um estudo recente demonstram isso mesmo, apontando para uma nova e crescente realidade: nem todos os que se curam ficam recuperados.
O que quer isto dizer? Mesmo após testarem negativo, entre 10% a 20% dos doentes desenvolvem uma forma de “covid persistente”, em que os sintomas e as sequelas podem perdurar durante vários meses.
As situações mais extremas desta “covid persistente”, escreve o El País, podem fazer com que a fadiga e os problemas respiratórios se mantenham até sete meses em pessoas consideradas curadas.
As mulheres constituem a maioria destes casos prolongados no tempo e têm uma probabilidade 50% superior de contrair “covid persistente”. Os idosos, por sua vez, têm um risco duplicado de cura desprovida de recuperação total. Também os asmáticos são mais suscetíveis a sequelas longevas.
Outra das ilações é que muitos dos que sofrem de “covid persistente” nem sequer foram internados em unidades hospitalares após terem sido infetados.
Os investigadores analisaram uma amostra de 4.000 pacientes no Reino Unido, Suécia e Estados Unidos. Desses, 13,3% continuaram a apresentar complicações de saúde após um mês. Mais de um terço ainda apresentava queixas 56 dias depois.
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