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Coronavírus

Mandetta: as revelações do ex-ministro de Bolsonaro sobre os bastidores de 90 dias contra a covid (e como o mundo pode aprender com isso)

Ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado do presidente do país.
Ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado do presidente do país.
Andre Coelho/Getty Images

O ex-ministro da Saúde do Brasil Luiz Henrique Mandetta, 55 anos, esteve no cargo nos primeiros 90 dias da pandemia naquele país, uma experiência que deu origem ao livro "Um paciente chamado Brasil: Os bastidores da luta contra o coronavírus". Em entrevista ao Expresso, Mandetta fala nos desafios da crise sanitária no país, descreve um “Presidente de impulso” que é negacionista e que revela raiva pelo "carteiro" que leva as más notícias - e como isso prejudicou o combate à pandemia. Confessa que ter seguido o modelo do Reino Unido no ataque à covid não foi a melhor opção e explica ainda os contactos que teve com as autoridades portuguesas. Sobre se é ou não candidato às presidenciais de 2022, dá um longo esclarecimento ao Expresso

O livro é sobre a sua passagem no Ministério da Saúde durante os primeiros 90 dias da pandemia no Brasil. Como se resume tudo?
O livro é uma contextualização dos 90 dias entre a Organização Mundial da Saúde reconhecer a emergência [sanitária] e a minha saída do Ministério. Eu fiquei no Ministério da Saúde um ano e seis meses. Notei, nesse período, que há muito pouca coisa escrita sobre a gripe espanhola, sobre a gripe asiática, sobre o contexto, o entorno, o ambiente para tomadas de decisões. Eu vejo o coronavírus como um ponto fulcral, vai ser um ponto de inflexão. O século XXI vai ser batizado com um antes e depois deste coronavírus. É maior que o crash da bolsa, é determinante para uma série de transformações sociais, então é importante que cada um revele onde estava, como se deu o seu entorno, como se deu a sua visão e participação neste processo. Foi nesse sentido de deixar para as próximas gerações, para que eles tenham algum material que dê esse enfoque. É quase um relato na primeira pessoa de como foram esses 90 dias.

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