Às críticas deixadas pelo atual e pelos cinco ex-bastonários dos Médicos que lhe dirigiram uma carta aberta a defender que é urgente mudar a estratégia do Serviço Nacional de Saúde, a ministra respondeu, garantindo que já “existe colaboração com os privados e o sector social”. Se for necessário contratar privados “o Estado assim o fará”, frisou, devolvendo uma pergunta: “Porque nos estão a empurrar?”
A epidemia em Portugal “não está a disparar”, disse esta noite a ministra da Saúde, “está a crescer”. Em entrevista à TVI, Marta Temido considerou que o país está “numa nova fase de crescimento”, que justificou com o alívio das medidas restritivas.
“Em março e abril aplicámos uma restrição ao contágio e enquanto a medida durou a transmissão esteve controlada”, frisou a ministra, que identificou, até agora, “três fases” na evolução do novo coronavírus. De que tipo será o crescimento a que agora assistimos “só daqui a mais algum tempo saberemos”, concluiu.
Marta Temido, que insistiu que um cenário de confinamento total “é algo que todos os Governos farão para evitar”, não excluiu “medidas sectoriais mais gravosas”, mas afastou a possibilidade de virem a ser implementados no país sistemas de ‘semáforos’, como os adotados na Europa.
“A nossa estratégia tem sido envolver as populações”, num “trabalhos de proximidade com as escolas, serviços de proteção civil, municípios e a Segurança Social”, disse, uma vez que medidas como o sistema de semáforos têm um risco muito grande de estigmatização”.
Sobre o risco de transmissibilidade atual, Marta Temido precisou que varia entre os 0,91 na região do Algarve e 1,2 na região Norte, de acordo com os dados obtidos para o período de 5 a 10 de outubro. Adiantou ainda que o SNS dispõe de 511 camas em unidades de cuidados intensivos, “polivalente adultos”, estando a ocupação atual em 68% .
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