Coronavírus

Ministra da Saúde: “Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante que no passado, quando estávamos a aprender”

Ministra da Saúde: “Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante que no passado, quando estávamos a aprender”
TIAGO PETINGA

Marta Temido nega ainda a existência de conflitos com as ordens dos Médicos e dos Enfermeiros. Diz ainda que o aumento de casos de covid-19 está a ser ser seguido com preocupação mais sublinha que o país dispõe agora de mais meios que no início da pandemia

Em atualização

Ministra da Saúde: “Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante que no passado, quando estávamos a aprender”

Mafalda Ganhão

Jornalista

Marta Temido garantiu esta noite que o Ministério da Saúde enfrenta o aumento do número de casos de covid-19 “com confiança” apesar da “preocupação”, lembrando que o país está agora mais bem preparado para o combate à pandemia. “Temos muito mais meios, mais recursos humanos e técnicos, mais organização e mais conhecimento”, afirmou a ministra da Saúde em entrevista à RTP, a propósito do plano outono/inverno apresentado esta segunda-feira pelo Governo.

Marta Temido sublinhou ainda que foi conseguido “o reforço da capacidade laboratorial”, além de terem sido melhoradas as respostas “e os métodos de organização de trabalho ao nível da saúde pública e integração de outras áreas”, sem esquecer “agora a atenção muito grande às respostas não-covid”.

Dando exemplos, a governante indicou que o país dispõe, face a março, de mais 700 ventiladores no SNS. Aumentou igualmente a capacidade laboratorial para testagem, passando de uma média de 3 mil testes diários em março “para 23 mil testes por dia”.

Sobre o risco de o número de internamentos poder pôr à prova a capacidade do SNS, a ministra frisou existirem no país “21.000 camas” (7.000 das quais na região de Lisboa e Vale do Tejo), a que se junta a mais-valia de o SNS “funcionar em rede”, com a “facilidade” que aí decorre de ser possível “adaptar as respostas às necessidades” que vão surgindo.

Atualmente, disse também Marta Temido, estão ocupadas em Lisboa e Vale do Tejo “300 das 500 camas” que estão reservadas para doentes covid-19.

Referindo-se à eventual necessidade de voltar a ser necessário impor medidas de confinamento, pelo menos localmente, Marta Temido foi reticente: “Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante que no passado, quando estávamos a aprender”. Para a ministra tratar-se-á sempre de assumir respostas “proporcionais ao risco que enfrentamos”.

Finalmente, afastando a leitura de que há conflitos entre o Ministério e as ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, Marta Temido preferiu destacar, “neste contexto difícil que temos vivido”, a “colaboração totalmente franca e genuína” que tem pautado a relação da tutela com as diferentes ordens, onde incluiu a dos Farmacéuticos.

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