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Coronavírus

Covid-19. A suspensão dos testes da vacina é “normal e até desejada” mas “o tempo político não é o tempo científico”, dizem especialistas

Covid-19. A suspensão dos testes da vacina é “normal e até desejada” mas “o tempo político não é o tempo científico”, dizem especialistas
MLADEN ANTONOV/Getty Images

A vacina da AstraZeneca e da Oxford é uma das mais promissoras, razão pela qual a interrupção dos ensaios provocou “desalento” e levou António Costa a falar numa “má notícia”. Mas um imunologista e um pneumologista ouvidos pelo Expresso lembram que a suspensão faz parte do processo científico. Entretanto, também se soube que esta é a segunda vez que os ensaios são interrompidos por suspeita de reação adversa num voluntário

Covid-19. A suspensão dos testes da vacina é “normal e até desejada” mas “o tempo político não é o tempo científico”, dizem especialistas

Hélder Gomes

Jornalista

Os testes da fase final de uma das vacinas mais promissoras contra o coronavírus SARS-CoV-2, que está a ser desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, encontram-se suspensos. Em comunicado, a farmacêutica confirmou “uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”, após uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo. Trata-se da vacina que Portugal reservou: no caso de se revelar eficaz, deverão chegar ao país 6,9 milhões de doses, 690 mil delas já em dezembro. “Hoje todos acordámos com uma má notícia”, reagiu esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa.

O pneumologista Filipe Froes considera que “o que aconteceu é uma situação normal e até esperada e desejada” porque demonstra que “os mecanismos de segurança estão corretamente implementados”. “Presumo que o senhor primeiro-ministro, como não está habituado a ensaios de fase III, se calhar não teve a capacidade de perceber que esta é uma situação da maior normalidade”, acrescenta ao Expresso. O que terá de acontecer agora é esclarecer o que se passa, sublinha o pneumologista, que é também membro do Conselho Nacional de Saúde Pública e consultor da Direção-Geral da Saúde.

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