Coronavírus

França. Conselho científico propõe redução da quarentena para metade, Governo decide sexta-feira

França. Conselho científico propõe redução da quarentena para metade, Governo decide sexta-feira
JEFF PACHOUD/AFP

“Nós somos mais contagiosos nos primeiros cinco dias depois dos sintomas ou do teste positivo”, explicou aos jornalistas o ministro da Saúde. “E depois esta contagiosidade diminui muito significativamente, e depois de uma semana permanece muito fraca”

O ministro da Saúde francês anunciou esta terça-feira que o conselho científico daquele país recomendou que o período para a quarentena seja reduzido, conta o “Le Figaro”.

O anúncio partiu de Olivier Véran, que informou ainda que a medida será decidida na sexta-feira, durante o conselho de Defesa. A recomendação da Organização Mundial de Saúde, para as pessoas que testam positivo ou que são contactos de casos positivos, é de 14 dias. França admite agora reduzir para metade.

“Nós somos mais contagiosos nos primeiros cinco dias depois dos sintomas ou depois do teste positivo”, explicou aos jornalistas Véran. “E depois esta contagiosidade diminui muito significativamente, e depois de uma semana permanece muito fraca.”

Véran, que admitiu também que “uma grande parte dos franceses não respeita a quarentena”, defendeu que esta nova medida nada tem a ver com questões económicas.

A França tem vindo a registar um aumento importante de casos. Depois de mais 7.000 casos no domingo, 8.500 no sábado e quase 9.000 na sexta-feira, um especialista referiu nas últimas horas que, caso se mantenha esta taxa de crescimento e não se faça nada para contrariar a propagação do vírus, o país terá uma “situação crítica” em várias regiões.

"Temos um aumento no número de novos casos por semana de 30% e de 15% no que toca a internamentos por semana", disse ao “The Guardian” Antoine Fontanet. "Se este ritmo se mantém, chegaremos a uma situação crítica em várias regiões de França, em dezembro." De acordo com aquele diário, a percentagem de testes positivos em França subiu de 4,3% para 4,9%. No final de agosto era de 3,9%.

Na segunda-feira, o ministro da Educação anunciou que aquele país teve também de encerrar 28 escolas e 262 turmas, depois de terem sido registados novos casos de covid-19. "Teremos de esperar pelo encerramento das aulas e das escolas. Este é o resultado indispensável da vigilância que estamos a levar a cabo. Fechámos com bastante facilidade por sermos prudentes", disse o Jean-Michel Blanquer à BFM TV.

O ministro admite que esse cenário se vai repetir e “necessariamente aumentar”, já nas próximas duas semanas, pois bastam três adultos doentes para se justificar o encerramento de uma escola. O país conta com 60 mil escolas.

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