As duas gigantes tecnológicas lançaram esta terça-feira uma aplicação para o rastreio de contactos de pessoas infetadas com covid-19. A nova ferramenta tecnológica é disponibilizada aos governos que o peçam, dispensando assim as autoridades de cada país de criarem apps especializadas para o efeito
No mesmo dia em que a aplicação StayAway Covid foi lançada em Portugal, a Apple e a Google anunciaram a estreia de uma nova ferramenta de rastreio que permite lançar alertas através do telemóvel para potenciais contágios de Covid-19, dispensando assim as autoridades de cada país de desenvolverem aplicações específicas para o efeito.
A nova ferramenta, batizada com a designação Sistema de Notificações de Exposição Express (ENE, na sigla em inglês) começou a ser lançada nos Estados norte-americanos do Maryland, Nevada, Virgínia, Washington e Distrito de Columbia (a capital federal dos EUA). Depois da estreia, esta terça-feira, Apple e Google deverão começar a disponibilizar a ENE para outros países.
As duas gigantes das tecnologias recordam que a aplicação só deverá ficar disponível mediante solicitação dos diferentes governos. Com esta opção, a Google e a Apple pretendem disponibilizar, de forma mais expedita, uma ferramenta de rastreio de contactos com pessoas infetadas por Covid-19 que dispensa os governos locais de investir no desenvolvimento de apps especializadas. A gestão dos dados e das notificações enviadas aos diferentes cidadãos deverá ficar sob o controlo das autoridades locais. Segundo as duas marcas tecnológicas, a segurança e a privacidade estão asseguradas.
Vários países lançaram, nos últimos meses, apps especializadas que usam tecnologia da Apple e da Google para reduzir o consumo de energia exigido pelas comunicações Bluetooth dos diferentes telemóveis.
A app StayAway Covid, que estreou oficialmente na terça feira pelas mãos do governo português, também já recorre a este módulo tecnológico que tem sido apresentado como Google Apple Exposure Notification (GAEN) mas também é conhecido como Sistema de Notificações de Exposição (ENS, em inglês).
Segundo as duas gigantes tecnológicas, já há 20 países que usam a tecnologia ENS integrada em apps de rastreio de contactos de utilizadores que tenham estado na proximidade de pessoas infetadas. Apple e Google informam ainda que há mais países em vias de lançar aplicações específicas para o rastreio por telemóvel que usam a ENS (ou GAEN).
No caso dos iPhone, a nova tecnologia só deverá ficar disponível para quem tem a versão do sistema operativo 13.7 e tenha dado o consentimento para o uso da ENE. O uso da ferramenta não exige a instalação de qualquer app – e será o próprio sistema operativo que deverá assumir o envio de notificações, mediante os critérios definidos por cada autoridade local.
Em contrapartida, no Android, da Google, o processo é um pouco diferente: as entidades governamentais não terão de desenvolver apps especializadas, mas os utilizadores, ao darem autorização para o uso da ENE, desencadeiam automaticamente a instalação de uma aplicação criada pela Google e gerida pelas autoridades para o rastreio de contactos com pessoas infetadas pela Covid-19.
A ENE dispõe de interoperabilidade com as apps especializadas no envio de notificações que indicam se um utilizador esteve na proximidade de uma pessoa contagiada (em Portugal, o sistema envia alertas automaticamente para todas as pessoas que têm a Stayaway Covid instalada e tenham estado a menos de dois metros e durante mais de 15 minutos com uma pessoa infetada nos 14 dias anteriores).
Tudo leva a crer que interoperabilidade permite que um utilizador da ENE possa enviar dados para a rede de utilizadores das apps especializadas – mas a Google e a Apple não fornecem muitos detalhes sobre o assunto.
Apesar de lançarem a ferramenta ENE, Apple e Google dizem-se dispostas a colaborar com as autoridades que pretendam lançar apps especializadas ou que já o tenham feito nos últimos tempos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: senecahugo@gmail.com
