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Cimeira da UE: “Está a ser mais difícil que o previsto”, diz Conte. E depois faz um apelo

Cimeira da UE: “Está a ser mais difícil que o previsto”, diz Conte. E depois faz um apelo
Sean Gallup/Getty Images

Primeiro-ministro italiano faz o ponto da situação da cimeira de 27 países da União Europeia para debater o quadro de apoio para a UE entre 2021 e 2027 e o fundo de recuperação económica de combate à crise provocada pela pandemia

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmou este sábado que os líderes europeus estão "num impasse" sobre o fundo de recuperação destinado a combater a pandemia de covid-19 e apelou aos países frugais para cederem e ajudarem a União Europeia.

"Estamos numa fase de impasse, está a ser mais difícil do que o inicialmente previsto. Há, no entanto, muitas questões sobre as quais estamos a debater e não conseguimos chegar a um acordo", disse Conte, num vídeo publicado nas redes sociais e citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.

"Estamos a debater o montante total. Alguns Estados, não muitos, poucos, põem em questão a soma destinada aos subsídios", disse o líder do Governo italiano, confirmando que há divergências relativamente às condições para aceder a estas ajudas e ao seguimento dos programas de reformas dos países beneficiados.

Conte sustentou que é fundamental que a UE chegue a um acordo e que dê luz verde para a aprovação de instrumentos "adequados e proporcionados" à crise que o continente atravessa.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, continuava esta tarde a promover consultas à margem da cimeira de líderes, em Bruxelas, tentando agora obter apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, do Presidente francês, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

Os 27 países da União Europeia debatem o quadro de apoio para a UE entre 2021 e 2027 e o fundo de recuperação económica que a Comissão Europeia propôs e que teria uma dotação de 750 mil milhões de euros, escreve a Efe, notando que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defende que o fundo mantenha essa dotação, mas que os subsídios e ajudas diretas passem de 500 mil milhões para 450 mil milhões e que as ajudas ascendam a 300 mil milhões face aos 250 mil milhões anteriormente propostos.

Com a reunião plenária do Conselho Europeu - dedicado ao plano de relançamento económico da União Europeia (UE) após a crise da covid-19 -, interrompida desde a hora de almoço para consultas bilaterais, Charles Michel tenta agora, por um lado, obter apoio daqueles que são os dois líderes com mais peso e vistos como mediadores (Angela Merkel e Emmanuel Macron) e por outro amenizar as reticências do mais cético entre os 27 (Mark Rutte).

"As negociações sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Fundo de Recuperação continuam a decorrer", informou o porta-voz do Conselho Europeu, Barend Leyts, através do Twitter, naquela que tem sido a forma utilizada para dar informações oficiais à imprensa.

A acompanhar a mensagem estão duas fotografias: da reunião de Michel com Merkel e Macron e do seu encontro com Rutte.

Mas foi logo ao início da tarde que decorreu a primeira ronda de consultas, com um almoço de trabalho entre Charles Michel e líderes de 11 países, entre os quais o primeiro-ministro português, António Costa.

Nessa primeira ronda, Costa esteve acompanhado dos seus homólogos do sul da Europa (Espanha, Itália e Grécia), sentados à mesma mesa que os chamados “países frugais” (Países Baixos, Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia), numa óbvia tentativa de aproximar posições entre os Estados-membros que mais reclamam um pacote anticrise ambicioso e aqueles que defendem cortes e condicionalidades nos apoios.

Merkel e Macron também participaram nesta primeira ronda.

Seguiram-se depois dois encontros bilaterais, com Charles Michel a ouvir os primeiros-ministros da Polónia, Mateusz Morawiecki, e da Hungria, Viktor Orbán, dois países que estão contra condicionalidade das ajudas ao respeito pelo Estado de Direito, desde logo por terem abertos contra si procedimentos por supostas violações nesta matéria.

Com a temperatura amena em Bruxelas, Charles Michel tem promovido estes encontros num terraço no edifício do Conselho Europeu, como comprovam imagens divulgadas pelo seu porta-voz.

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