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Coronavírus

“Haverá escassez de remdesivir até setembro.” Representante da farmacêutica que produz medicamento anticovid em entrevista ao Expresso

Vítor Papão, diretor geral da Gilead Portugal, faz as contas: de 140 mil tratamentos iniciais, a farmacêutica espera chegar aos dois milhões até ao final do ano
Vítor Papão, diretor geral da Gilead Portugal, faz as contas: de 140 mil tratamentos iniciais, a farmacêutica espera chegar aos dois milhões até ao final do ano
Nuno Botelho

A produção dos próximos três meses do primeiro medicamento autorizado pela União Europeia para o tratamento da covid-19 foi reservada pelos EUA junto do fabricante, a farmacêutica norte-americana Gilead. Em entrevista exclusiva ao Expresso, o diretor-geral da subsidiária do laboratório em Portugal, Vítor Papão, garante que “não estão a ser feitas reservas estratégicas” em lado algum e está confiante de que “o remdesivir não vai faltar em país nenhum”, porque “é disponibilizado mais onde há mais infeções”. Vítor Papão refreia porém as expectativas sobre soluções milagrosas

No início do mês, cerca de uma semana após a recomendação da Agência Europeia do Medicamento (AEM), o antiviral remdesivir foi aprovado pela Comissão Europeia (CE) para o tratamento da covid-19 em doentes graves a precisar de reforço de oxigénio. Usado em alguns países, como Portugal, desde março, o fármaco reduz o tempo de internamento em seis dias, em média, segundo o grande estudo feito em abril, com mil pacientes, pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, cujo diretor é Anthony Fauci, conselheiro da Casa Branca.

Em entrevista ao Expresso, Vitor Papão, diretor geral da Gilead Portugal, a farmacêutica que criou o remdesivir para ajudar a superar crises como a do ébola, explica a venda de quase 100% da produção dos próximos três meses aos EUA (100% em julho, 90% em agosto e setembro) e lembra o tempo recorde em que a produção e o estudo têm sido feitos. Foi preciso “inverter o processo”, produzir primeiro e estudar depois. “Caso não tivéssemos tomado essa decisão, hoje não teríamos medicamento.”

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