Com o desconfinamento, a discriminação ameaça contagiar o mercado laboral. Ser imune pode ser uma vantagem no currículo
Os empregadores não podem despedir trabalhadores com base na covid-19, nem a doença pode ser um fator eliminatório na contratação, mas a discriminação silenciosa, em processos de contratação ou de demissão começa a evidenciar-se lentamente no mundo do trabalho, à medida que a economia reabre ameaçada por uma crise anunciada. Entre os especialistas ouvidos pelo Expresso há unanimidade em duas coisas: a questão ainda não está claramente visível, mas estará. É como um vírus alojado na realidade, a entrar na fase de desconfinamento.
O advogado António Garcia Pereira é contundente. “De alto a baixo no mercado laboral vive-se o império do medo. Não tenho nenhum caso no meu escritório de despedimento diretamente relacionado com a pandemia, mas já ouvi falar em casos. E vão multiplicar-se. Em todas as tentativas que fiz para que as pessoas se dispusessem a falar, invocam a mesma coisa: ‘o mercado é pequeno’, ‘se isto se souber a minha empresa vai queimar-me em futuras hipóteses de emprego’, ‘o novo empregador vai pedir carta de referências ou pelo menos vai querer saber onde estive anteriormente, se não sabe por mim que estive infetado vai saber por vias ínvias, designadamente através da Segurança Social’”, relata o especialista em direito de trabalho.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt