Coronavírus

O clube onde se realizou a festa, em Lagos, tem um "sincero e humilde pedido de desculpas" a dar

O clube onde se realizou a festa, em Lagos, tem um "sincero e humilde pedido de desculpas" a dar

Três horas de diversão e os casos já chegam a 90. Uma festa de aniversário, que estaria reservada a apenas 20 pessoas, tornou-se o maior foco contágio por covid-19 desde o início do desconfinamento. O Clube Desportivo de Odiáxere (CDO), onde se realizou a festa, pediu "desculpas", este sábado, "pela dimensão trágica" que acarretou o evento e para os "transtornos enormes para o concelho, região e país"

O clube onde se realizou a festa, em Lagos, tem um "sincero e humilde pedido de desculpas" a dar

Joana Ascensão

Jornalista

A festa estava destinada a apenas vinte, mas por aquele salão do Clube Desportivo de Odiáxere (CDO), em Lagos, terão passado mais de cem pessoas. O número - e falta de cuidados - foi suficiente para criar um foco de contágio de covid-19 "com contornos trágicos", diz o clube. De acordo com a Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas, na conferência de imprensa desta sexta-feira, já são cerca de 90 os infetados na sequência da cadeia de transmissão.

Um dia depois de Marta Temido ter pedido à Procuradoria-Geral da República para que o Ministério Público (MP) instaurasse "ações indemnizatórias contra os promotores do evento" que despoletou os contágios, o clube reage e pede desculpa, num comunicado partilhado na página de Facebook. "Atendendo às reais repercussões deste muito triste e infeliz acontecimento, nas suas dimensões humanas e económicas, com transtornos enormes para o concelho, região e país, queremos deixar o nosso mais sincero e humilde pedido de desculpas pela dimensão trágica em que se tornou a nossa resposta positiva, à solicitação da realização de uma festa de aniversário de caráter familiar e particular no salão de festas do nosso clube", pode ler-se no comunicado.

O Clube Desportivo de Odiáxere menciona ainda que agiu "com base na boa-fé, após muita ponderação e tendo em consideração a grande dimensão do salão, o número máximo de pessoas previamente acordado, os cuidados de proteção, higiene e o distanciamento a que todos estamos sujeitos nos nossos relacionamentos segundo as diretivas gerais em vigor". No entanto, conta que no dia 7 de junho, após as 18h30, "o número já ultrapassava o acordado" previamente, vinte pessoas, razão pela qual, conta, os responsáveis denunciaram "a situação às autoridades de segurança pública (GNR)".

Depois de feitos teste aos funcionários que organizaram a festa, os responsáveis revelam que um testou positivo para a covid-19, contudo afirmam que não foi "transmitido no dia 7 de junho".

O Ministério Público encontra-se a investigar o caso, não se sabendo, para já, se os responsáveis terão de pagar uma indemnização.

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