Coronavírus

O boletim da DGS à lupa: os adultos jovens infetados em Lisboa (92% dos novos casos), "um assunto muito sério" para Graça Freitas

A diretora-geral da Saúde defendeu esta quinta-feira, durante a apresentação do boletim diário sobre a covid-19, que os arraiais se podem realizar mas em moldes diferentes dos outros anos, porque terão de cumprir as regras estabelecidas para minimizar a disseminação do novo cononavírus.
A diretora-geral da Saúde defendeu esta quinta-feira, durante a apresentação do boletim diário sobre a covid-19, que os arraiais se podem realizar mas em moldes diferentes dos outros anos, porque terão de cumprir as regras estabelecidas para minimizar a disseminação do novo cononavírus.
MANUEL DE ALMIADA/LUSA

A faixa mais ativa da população, entre os 20 e os 59 anos, representa a maioria dos 350 novos infetados (61%, ou 213 em número absoluto). Taxa de letalidade mantém-se nos 4,3%

O boletim diário da Direção-Geral da Saúde revela que nas últimas 24 horas houve mais 14 mortes, 274 doentes curados e 350 novos casos, dos quais 92% correspondem a Lisboa e Vale do Tejo. Tudo somado, a nível nacional, há agora 1.383 vítimas mortais, 31.946 casos confirmados e 18.911 recuperados.

O número de novos infetados supera o de quinta-feira (304) e é agora o mais alto dos últimos 21 dias. Pela primeira vez nesse período (ou seja, desde 8 de maio), a taxa de crescimento é também superior a 1%: em rigor, é de 1,1%.

Quanto aos óbitos, mantém-se um registo estável: esta sexta-feira foram registadas oficialmente 14 mortes em 24 horas, mais uma do que na véspera. É o nono dia consecutivo em que este valor oscila entre 12 e 14. A taxa de crescimento dos óbitos é de 1%. A taxa de letalidade (relação entre o número de infetados e de óbitos) mantém-se nos 4,3%.

Há ainda mais 274 pessoas curadas nestas 24 horas (+1,5%), num total de 18.911. Após o aumento importante de domingo (mais 9.844 pessoas), o crescimento mantém-se estável, entre os 288 de ontem (+1,6%) e os 253 de quarta-feira (+1,4%).

Há agora mais 17 pessoas internadas comparando com a véspera, para um total de 529 (um aumento de 3,3%). Em números absolutos, traduz-se no maior crescimento em 24 horas das últimas três semanas: para encontrar um valor superior temos de recuar a 7 de maio, em que se registaram mais 36 pessoas internadas, o que então correspondeu a um aumento relativo de 4,3%.

Quanto aos infetados em unidades de cuidados intensivos, Portugal soma agora 66, mais um do que na quinta-feira (+1,5%). Interrompeu-se assim um ciclo de descida que durou 12 dias consecutivos.

92% dos novos casos em Lisboa e Vale do Tejo

Dos 350 novos casos registados nas últimas 24 horas, 323 (ou seja, 92%) têm origem na região de Lisboa e Vale do Tejo. Na quinta-feira esse predomínio tinha sido menos vincado, com 87% do total de casos a nível nacional. Por concelhos: Loures conta com 48 novas infeções identificadas, Lisboa 34, Amadora 29, Odivelas 16, Seixal 12 e Almada 10.

Graça Freitas, a diretora-geral da Saúde, admitiu preocupação na tradicional conferência de imprensa diária. “É um assunto muito sério”, alerta, em referência ao padrão de novas infeções na região da capital, que tem afetado sobretudo “adultos jovens”. “As pessoas jovens têm, de facto, tendência a ter doença ligeira, mas isto não é uma constipação. Não se esqueçam que, mesmo com doença ligeira, podem transmitir a grupos de risco, a familiares, tios, pais, avós. Vão perpetuar a transmissão”, lembrou Graça Freitas

Em termos absolutos, o Norte continua muito distante das restantes regiões, com 16.725 infeções identificadas e 769 mortes. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com 10.643 casos e 346 óbitos, Centro (3.728, 237) e Algarve (366, 15). Completam a lista Açores (135, 15), Madeira (90, zero mortes) e Alentejo (259, 1).

Os concelhos com mais casos de infeção são Lisboa (2.324), Vila Nova de Gaia (1.558), Porto (1.351), Matosinhos (1.277), Braga (1.224), Sintra (1.173) e Gondomar (1.083).

Depois da segunda morte abaixo dos 40 anos relatada na quinta-feira, os óbitos distribuem-se assim:

0-9 anos: 0 mortes
10-19: 0
20-29: 1
30-39: 1
40-49: 15
50-59: 43
60-69: 124
70-79: 270
+80: 929

Relativamente às infeções, as mulheres (18.362) mantêm a distância para os homens (13.584). Mas o valor não se distancia muito no que concerne a vítimas mortais: 702 mulheres, 681 homens.

A faixa etária com maior incidência entre os novos infetados continua a ser a dos 20-29 anos: são 64 dos 350 casos registados esta sexta-feira, o que corresponde a 18% do total. Porém, a diferença face aos últimos dias é um aumento da percentagem dos mais velhos (ou seja, a partir dos 60 anos) nos casos positivos: são 29,7% do total de novos infetados (104), enquanto que na véspera eram apenas 19%. A faixa mais ativa da população, entre os 20 e os 59 anos, representa a maioria dos novos infetados (61%, ou 213 em número absoluto). As faixas etárias mais afetadas nas últimas horas são: 20-29 anos (64 casos), 30-39 anos (62), 40-49 anos (53) e mais de 80 anos (44). Entre os zero e 20 anos há 33 casos (9,4%).

Repetindo a fórmula em cima, separando os casos por faixas etárias, este é o retrato dos infetados:

0-9 anos: 646
10-19: 1.065
20-29: 4.178‬
30-39: 4.798
40-49: 5.368
50-59: 5.287
60-69: 3.507
70-79: 2.574
+80: 4.523

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: htsilva@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate