Coronavírus

Covid-19. Ventura quer adiar presidenciais, se forem proibidos eventos de massas

Covid-19. Ventura quer adiar presidenciais, se forem proibidos eventos de massas
ANTÓNIO COTRIM

Se até ao final do ano o Governo mantiver as restrições a comícios, o líder do Chega defende que as eleições, a realizar em janeiro, devem passar para o segundo semestre de 2021. O candidato presidencial diz que no quadro atual Marcelo Rebelo de Sousa terá numa enorme vantagem perante os adversários. António Costa já avisou que não haverá campanhas como antigamente

O candidato à Presidência da República André Ventura defendeu, este sábado, o adiamento das eleições previstas para janeiro de 2021 se, no último trimestre de 2020, a covid-19 continuar a impedir “eventos como comícios ou promoção política de massas”. Em comunicado, o presidente do Chega e deputado único daquele partido justifica a proposta por o plano de desconfinamento devido à pandemia de covid-19 continuar a prever “significativas restrições” a eventos de massas, deixando “o atual Presidente numa enorme vantagem perante os adversários”.

“Caso não sejam possíveis eventos como comícios ou ações de promoção política de massas no último trimestre deste ano, as eleições presidenciais de janeiro deverão ser adiadas para o trimestre seguinte, dentro do quadro constitucional em vigor”, sustenta André Ventura. O deputado, que se apresentou como candidato a Presidente da República no início do ano, considera que “pode, com muito realismo, acontecer que sejam inviáveis comícios e outros eventos com centenas de pessoas durante os próximos meses”.

“Este facto coloca o atual Presidente [Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não disse se se recandidata] numa enorme vantagem perante os seus adversários”, diz André Ventura, explicando que os outros candidatos ficam “impossibilitados de desenvolver fortes ações de campanha enquanto aquele mantém naturalmente todas as funções e impacto inerentes ao cargo”.

“Tornou-se evidente, pela intervenção do Primeiro-Ministro após a realização do Conselho de Ministros [de sexta-feira], que o plano de desconfinamento vai ser gradual e que se vão manter de pé, nos próximos meses, significativas restrições, nomeadamente a eventos de massas”, observou Ventura.

Para o candidato, “esta situação está a prejudicar muito significativamente o trabalho político de ação, divulgação e debate dos candidatos presidenciais”.

Na manhã deste sábado, em visita aos estabelecimentos comerciais da Baixa de Lisboa, António Costa alertou que, sem vacina nem cura à covid-19, é preciso regressar à normalidade da vida, mas com disciplina, segurança e distanciamento social, advertindo que nos próximos tempos não haverá campanhas políticas como antigamente, pelo menos até às eleições autárquicas, prevista para final do próximo ano.

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