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Coronavírus

Anticorpos que neutralizam covid-19 são “uma conquista incrível”? “Afirmações deste tipo são muito precoces”

Anticorpos que neutralizam covid-19 são “uma conquista incrível”? “Afirmações deste tipo são muito precoces”
SOPA Images/Getty Images

Investigadores holandeses e israelitas descobriram anticorpos capazes de bloquear a entrada do novo coronavírus nas células. O governo de Israel considerou-o uma “conquista incrível”. Paulo Paixão, virologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas, pede calma e explica o que os anticorpos podem fazer por um doente

A semana começou com as notícias de duas descobertas, uma na Holanda e outra em Israel, de anticorpos capazes de neutralizar o novo coronavírus e assim conter a pandemia que corre o globo. A primeira é da autoria de investigadores da Universidade de Utreque e foi publicada na revista científica “Nature Communications”. A segunda pertence a uma equipa da Israel Institute for Biological Research e mereceu do ministro da Defesa israelita, Naftali Bennett, o epíteto de “conquista incrível” e “avanço significativo” no combate à covid-19.

Ambas encontraram o travão ao vírus em “anticorpos monoclonais”, moléculas produzidas em laboratório, capazes de se ligar a um agente específico e neutralizá-lo, no caso, a já afamada proteína ‘spike’ (espigão). Mas, afinal, o que está em causa nestas descobertas? Até onde elas podem levar-nos? Há motivos para celebração? Celebrar o quê?

Paulo Paixão, virologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Nova de Lisboa, explica que é preciso ser paciente, critica o aproveitamento político no caso israelita, mas não põe de parte a esperança da redução da mortalidade da covid-19, até que chegue a tão esperada vacina. Este ano? “Não, não, de todo.”

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