O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas norte-americanas, general Mark Milley, voltou a afirmar esta terça-feira que não há provas conclusivas sobre a origem do novo coronavírus, primeiro identificado em Wuhan. "Não sabemos" se começou num laboratório chinês ou num mercado, sublinhou, lembrando que há muitos especialistas e várias agências nos Estados Unidos, tanto civis como governamentais, a investigar a questão.
Não é a primeira vez que o general Milley o diz, contrariando o Presidente Trump e o secretário de Estado Mike Pompeo, que têm insistido em atribuir a origem do vírus a um laboratório de Wuhan.
Milley considera que, apesar de até agora não ser possível falar em “provas conclusivas”, "o peso da evidência” aponta para que seja um vírus natural, não fabricado pelo homem", tal como também aponta para que o seu aparecimento “não tenha sido intencional”.
O general deixou uma nota; “Ajudaria bastante se o governo chinês revelasse abertura, permitindo que inspetores e investigadores entrem no país, com total transparência”, para perceber o que aconteceu e para o mundo tirar as devidas lições.
Também o epidemiologista Anthony Fauci, que pertence ao grupo de trabalho formado pela Casa Branca para lidar com a atual pandemia, afirmou que não há provas de que o vírus tenha sido criado em laboratório. Em entrevista à “National Geographic”, Fauci, que é diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, afirmou que as provas até ao momento recolhidas não só contrariam a teoria que tem vindo a ser apresentada por Trump, como apontam precisamente para o contrário, para que o vírus “tenha evoluído na natureza e sido transmitido depois para espécies animais”.
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