A CGTP reagiu, este domingo, em comunicado, à chuva de críticas de que vem sendo alvo, depois de ter organizado manifestações de rua em 24 localidades do país para assinalar o 1º de Maio. Em pleno estado de emergência, a central sindical garante ter cumprido "as regras do distanciamento sanitário e de proteção e prevenção da saúde" e ressalta ter sido "a voz de todos os trabalhadores".
O comunicado não menciona nenhuma fonte crítica em concreto, mas acaba por se centrar em responder às acusações feitas àquela que foi a iniciativa sindical que mais gente - e também polémica - juntou: a concentração de cerca de um milhar de dirigentes na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa. "Os participantes deslocaram-se em transporte individual ou em autocarros cuja lotação não ultrapassou um terço da capacidade, usando todos os equipamentos de protecção individual", afirma o comunicado. E quanto às acusações sobre a existência de aglomerações que punham em risco o contágio por covid-19, a CGTP garante não ter havido "proximidade entre trabalhadores, nem o habitual convívio, mas apenas o exercício de um direito que conquistámos em Abril de 1974 e do qual não abdicamos".
E, depois de justificar a importância de "dar voz a milhões de trabalhadores", a central sindical passa ao contra-ataque. "Perante a força, organização, determinação e disponibilidade para a luta manifestada neste 1º de Maio, há setores da nossa sociedade que procuram no surto epidémico a justificação para o regresso ao passado, para a reintrodução do totalitarismo, de mordaças e do unanimismo como única forma de pensar e estar", diz a CGTP.
O comunicado termina com um repúdio "veemente" daquilo que a central sindical considera ser um "exercício persecutório aos que ousam lutar usando o espaço público". E defende mesmo que tais críticas são incompatíveis "com a democracia".
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