Governo paga €2,17 milhões à TAP para trazer ventiladores de Pequim

O frete de aviões da TAP para ir a Pequim buscar equipamento médico, como ventiladores, para fazer face à pandemia, vai custar ao Estado português mais de 2 milhões de euros.

Em causa estão quatro contratos celebrados a 1, 8, 11 e 28 de abril entre a ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde e a TAP. Todos foram feitos por ajuste direto e publicitados esta quinta-feira no portal Base, embora em nenhum dos casos o contrato propriamente dito esteja publicado.

São três contratos de 622 mil euros (cada um relativo a dois voos Lisboa - Pequim - Lisboa) e um quarto contrato no valor de 311 mil euros (para um voo para a mesma rota).

No total, para ir buscar os ventiladores à China, o custo do frete de aviões da TAP (companhia aérea na qual o Estado ainda tem uma participação de 50%) ficou por 2,17 milhões de euros.

Em março o Governo português tinha anunciado a compra à China de 508 ventiladores, pelos quais acordou pagar 10 milhões de dólares.

Há duas semanas o jornal "Público" revelou um atraso na entrega dos equipamentos, indicando que até 17 de abril apenas tinham sido entregues à Embaixada de Portugal em Pequim 65 aparelhos.

O atraso estaria relacionado com o desvio de equipamentos entre encomendas de vários países, refletindo a forte concorrência internacional pela obtenção de material médico para fazer face à pandemia.