Tendo-se verificado que um grupo de 19 pessoas não se encontrava no hostel no dia de realização dos testes, o SEF e Conselho Português para os Refugiados procederam à sua localização imediata, tendo alguns já efectuado o teste e estando outros em vias de o fazer
Jornalista
O Conselho Português para os Refugiados (CPR), com a ajuda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), já detetou a localização de 19 migrantes que se ausentaram sem autorização de um hostel de Lisboa, onde foram detetados 138 casos de covid-19. A informação foi confirmada em comunicado do CPR.
Segundo o "Correio da Manhã", estes migrantes, de várias nacionalidades, não fizeram os testes à covid-19 e ter-se-ão ausentado sem justificação de um hostel, na rua Morais Soares, em Lisboa, no último domingo. De acordo com o diário, a lista inicial de migrantes que se encontrariam naquele estabelecimento tinha 189 nomes.
Os migrantes encontravam-se naquele hostel devido à falta de espaço no centro de acolhimento para refugiados da Bobadela.
"As listagens de acolhimento são actualizadas regularmente, sendo que qualquer requerente de protecção internacional tem liberdade de circulação em Portugal. Não estão obrigados a permanecer sempre no mesmo município, devendo manter o SEF informado acerca do seu paradeiro, nos termos da Lei do Asilo. Tendo-se verificado que um grupo de pessoas (19) não se encontrava no hostel no dia de realização dos testes, o SEF e CPR procederam à sua localização imediata, tendo alguns já efectuado o teste e estando outros em vias de o fazer", refere o CPR em comunicado.
O CPR acrescenta: "Mais se informa, que, nos termos da Lei do Asilo, os requerentes de protecção internacional durante todo o procedimento se encontram em situação regular em Portugal."
"De acordo com a Lei do Asilo, o apoio social e de alojamento é assegurado apenas àqueles que se encontram em situação de carência económica, podendo este apoio cessar a qualquer momento, assim que se deixe de verificar os pressupostos dessa situação."
Ao "CM", o vice-presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Mohamed Abed, confirmou ter recebido na véspera da operação de transferência do hostel para a base aérea da Ota um pedido para preparar uma sala para testar os hóspedes do hostel ao novo coronavírus. "Foram testadas 179 pessoas à doença. 170 refugiados e 9 funcionários do hostel". Admitiu no entanto que apareceram menos pessoas do que as previstas para serem testadas.
No final da noite de segunda-feira, foram transportados em seis autocarros para a base aérea da Ota os 138 infetados com a covid-19, juntamente com os 26 migrantes cujos testes deram negativo mas que carecem de confinamento e outros cinco casos considerados inconclusivos. E ainda mais um caso de um migrante que tinha saído do hostel sem autorização.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt
