Covid -19. Como vai o consumo? Com mais compras online e menos promoções

Compras nos canais de proximidade também crescem com o confinamento, diz a Nielsen
Compras nos canais de proximidade também crescem com o confinamento, diz a Nielsen
Jornalista
Os portugueses estão a comprar mais produtos de marca própria e estão a render-se ao digital, mas a procura de soluções de proximidade também se destaca como uma tendência a partir da declaração do estado de emergência em Portugal, mostram os últimos dados sobre o consumo em tempo de pandemia, esta quarta-feira divulgados pela Nielsen.
O Barómetro Nielsen Covid-19, relativo à 14ª semana do ano (30 de março a 5 de abril) é claro: o consumo de bens de grande consumo continua em alta (+20%), o canal online cresce 200% em ocasiões de compra e aumenta 192% em novos lares, as compras de marca própria cresceram 2 pontos percentuais desde o início da pandemia, representando agora 32,8% do total.
Ao mesmo tempo, as promoções começam a perder peso: "Se no período pré-Covind, o valor médio das vendas em promoção se aproximava dos 50%, nesta semana o fenómeno de quebra é claramente percetível, caíndo para os 32,5%", diz a consultora.
Numa semana em que as vendas cresceram 20% face ao período homólogo, para atingirem os 187,5 milhões de euros, a Nielsen deixa, também, claro que "a procura por soluções de proximidade destaca-se a partir da semana 12 e da declaração do estado de emergência em Portugal". "As lojas livres ultrapassaram pela primeira vez a barreira percentual dos 15% no valor conjunto de vendas registadas a nível nacional", sublinha o barómetro.
Outra evidência justificada pela preparação da Páscoa, mesmo num registo de confinamento, foi o aumento das vendas da categoria talho (18%), com saltos de 85% nos ovinos e caprinos, tradicionalmente na mesa dos portugueses nesta quadra.
A evolução das vendas nas categorias de bens de grande consumo "demonstra que os Portugueses que se mantêm em quarentena têm vindo a tentar assegurar um bem-estar e cuidado consigo próprios, muito provavelmente para tentar experienciar esta nova realidade da melhor forma possível", diz esta análise do mercado luso. E é mais visível a preocupação com produtos de Higiene Pessoal, nomeadamente Depilação (+31%) e Produtos para Cabelo (+20%), que entram para o ranking de maiores crescimentos de Higiene Pessoal e do Lar.
Paralelamente, os produtos que se mantêm no top dos crescimentos em frutas e legumes continuam a evidenciar uma preocupação com a defesa do sistema imunitário: laranja (+115%), limão (+98%), tangerina/clementina (+71%) e kiwi (+33%).
Na comparação de dinâmicas de consumo em diferentes países, a Nielsen reporta "diferentes impactos da covid-19 e respostas à mesma". E justifica: "Se em Portugal, Espanha, Itália e França o pico das vendas se situou na semana 11, com incrementos menores comparativamente ao período homólogo após essa data, a situação no Reino Unido mostra um pico do consumo na semana 12 e decréscimos face a 2019 nas duas semanas seguintes. Uma distinção que pode mostrar um paralelismo com uma reação mais tardia a esta pandemia",
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