Covid-19. Indústria têxtil pronta a fazer máscaras para a reabertura da economia (e a exportar para marcas de moda)

E já tem encomendas para exportar, até de marcas de moda. "Agora as coleções vão passar a incluir a máscara", garante o sector
E já tem encomendas para exportar, até de marcas de moda. "Agora as coleções vão passar a incluir a máscara", garante o sector
Jornalista
"Em semanas, podemos ter milhões de máscaras no mercado", garante Mário Jorge Machado, presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário, dando conta que o sector está apto a fornecer o país, mas também clientes internacionais, com as novas máscaras sociais que resultam de normativas aprovadas em conjunto pelo CITEVE, Direção-Geral de Saúde e Infarmed.
As primeiras remessas chegam ao mercado já no início da próxima semana, depois de homologadas pelo CITEVE com um selo identificativo especial que dá garantia aos consumidores.
E assim, a indústria têxtil regressa à produção e à exportação, dando também um impulso decisivo para a abertura controlada da economia.
Há um número crescente de empresas a aderir a este processo de produção e isso também significa uma oportunidade de reduzir a necessidade de ‘lay-off’, acrescenta o empresário e dirigente associativo, certo de que “as máscaras permitirão uma vida quase normal, se todos as usarem, impedindo a progressão geométrica da pandemia”, como diz ao jornal T, da ATP.
O preço vai variar em função da estratégia comercial de cada empresa e das próprias características das máscaras, mas a oferta lusa será ampla, podendo responder ao segmento de custo reduzido como ao luxo.
"Este produto pode salvar a economia, a partir do momento em que permite a reabertura e o regresso das pessoas às ruas e aos locais de trabalho”, diz o presidente da ATP.
Construída à base de material têxtil, a máscara pode ser várias camadas e características particulares, como por exemplo uma película exterior que garante a repelência de líquidos para o combate bacteriano. O número de utilizações possíveis também pode variar.
E será um novo produto no portfólio do segmento moda. "Agora, as coleções vão passar a incluir máscaras e já temos marcas de moda a colocarem encomendas em Portugal", diz ao Expresso Braz Costa, diretor geral do CITEVE.
Até ao momento, contabiliza mais de 400 contactos de empresas lusas interessadas em entrar na operação desenvolvida em articulação com as autoridades de saúde para terem o selo de garantia nas máscaras made in Portugal. Na fase de arranque do processo, há menos empresas, mas muitas estão já a fazer protótipos, a garantir a homologação dos seus modelos para se juntarem ao primeiro grupo logo a seguir, acrescenta.
E há, ainda, empresas têxteis e de vestuário que em vez de máscaras estão ligadas à resposta do sector a covid-19 através de outros produtos no segmento da saúde e dos equipamentos de proteçao individual, como batas ou perneiras.
"Foi um esforço de adaptação enorme, mas estamos a avançar e penso que vem aí um boom", acrescenta , atento, também, à procura internacional de clientes tradicionais dos têxteis lusos, de Espanha à França e à Alemanha, uma vez que na União Europeia os diferentes estados estão a adotar normas semelhantes.
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