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Covid-19. Confinamento eleva risco de adição aos videojogos. O que fazer?

Covid-19. Confinamento eleva risco de adição aos videojogos. O que fazer?
Getty Images

O psicólogo clínico João Faria avança algumas ideias para que pais e filhos encontrem dentro das suas casas um espaço e tempo livres das tecnologias. Apela à tolerância das famílias relativamente à utilização que os mais jovens estão a fazer dos dispositivos tecnológicos mas deixa um aviso: quando o período de quarentena passar "vamos ter de voltar a um tempo de maior restrição nos ecrãs”

Neste último mês habituámo-nos a olhar para a maior parte dos nossos familiares, amigos e colegas de escola ou de trabalho através de monitores. Sejam eles de computadores, telemóveis ou tablets. Aumentamos o tempo que estamos em frente aos ecrãs mas, curiosamente, os mais novos não estão a fazer mais videochamadas ou a enviar mais mensagens escritas do que faziam antes. Quem o diz é João Faria, psicólogo clínico especialista em Dependência da Internet e de Cyberbullying.

“Quem me dera regressar à escola” é a frase que diz ouvir mais frequentemente da boca dos jovens que vai acompanhando agora à distância, “representando a inconfundível necessidade de retomar as rotinas a que se acostumaram, sendo uma delas o contacto presencial com aqueles que os rodeiam diariamente”.

Também o contacto com as redes sociais não mudou radicalmente, embora sejam visíveis pequenas alterações. “Houve um ligeiro incremento de InstaStories e sobretudo do uso do TikTok, até entre os adultos. No fundo é a necessidade das pessoas mostrarem o que vão fazendo em casa para se entreter.” Mas há um dado preocupante que as métricas que segue têm mostrado a João Faria: há mais pessoas envolvidas nos videojogos, precisamente por passarmos mais tempo em casa. Um dos factores que têm contribuído para isso é a falta de horários completamente estabelecidos de aulas e a possibilidade dos jovens poderem entrar nas plataformas e aceder às sessões das aulas sem ter de ligar a câmara do computador. “Ouvi relatos de jovens que dizem entrar nas sessões das aulas, sem a câmara ligada e depois vão à sua vida, isto é, ficam a ver séries e a jogar ao mesmo tempo”, revela. Algo que já está a mudar uma vez que os professores para este 3.º período estão a obrigar os alunos a ligar a câmara do computador para ter a certeza de que estão minimamente atentos.

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