Coronavírus

Covid-19. Lagarde apela à solidariedade dos países europeus: “Se alguns não recuperarem, os outros vão sentir os efeitos disso”

Covid-19. Lagarde apela à solidariedade dos países europeus: “Se alguns não recuperarem, os outros vão sentir os efeitos disso”
FRANCOIS LENOIR/REUTERS

A presidente do Banco Central Europeu pediu aos Estados-membros para porem as divergências de lado e trabalharem em conjunto na resposta, com medidas orçamentais, à crise causada pela pandemia

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, pediu aos Estados europeus para estarem "lado a lado" na resposta com medidas orçamentais à crise causada pela pandemia de covid-19, numa altura em que há divergências.

"É vital que a resposta orçamental a esta crise seja suficientemente forte em toda a zona euro. Os governos devem estar lado a lado para aplicarem em conjunto políticas adequadas a um choque comum pelo qual ninguém é responsável", escreveu Lagarde, num artigo de opinião divulgado pelo jornal "Le Monde" e citado pela AFP.

As declarações da líder do BCE surgem depois de a reunião do Eurogrupo ter sido suspensa após 16 horas de discussões sem consenso para um compromisso político sobre a resposta económica da Europa à crise provocada pela pandemia de covid-19, sendo retomada esta quinta-feira.

De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem a emissão conjunta de dívida - os chamados eurobonds ou coronabonds - e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição a uma solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, liderados pela Holanda, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação a outras opções, quer impor condições.

"Se alguns países não recuperarem, os outros vão sentir os efeitos disso. A solidariedade é do interesse de todos", defendeu Lagarde.

"O alinhamento total das políticas orçamentais e da política monetária e a igualdade de tratamento face ao vírus são o melhor meio de proteger a nossa capacidade produtiva e emprego, tendo em vista regressar a taxas de crescimento e de inflação sustentadas quando a pandemia terminar", considerou a presidente do BCE.

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