Coronavírus

Covid-19. China quer que Brasil peça desculpas das afirmações “racistas” do ministro da Educação

O ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub
O ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub
Adriano Machado/reuters

Um incidente diplomático, com a China a sentir-se ofendida por um tweet “racista” do ministro da Educação do Brasil, agrava a crise política que o país vive, com o extremar de tensões entre os apoiantes de Jair Bolsonaro e os ministros, entre os quais os militares que estão no Governo. Estes apoiam o titular da pasta da Saúde, Mandetta, que tem defendido medidas preventivas da covid-19 que o Presidente despreza

A embaixada da China no Brasil classifica o tweet do ministro da Educação brasileiro, Abraham Weintraub, altamente racista. A diplomacia de Pequim exige explicações sobre a mensagem discriminatória em que o membro do Governo de Jair Bolsonaro acusa a China de querer dominar o mundo com a pandemia do coronavírus.

Esta segunda-feira, Weintraub fez marcha-atrás em relação ao seu tweet de sábado, dizendo que pediria desculpas se a China vendesse ao Brasil os mil ventiladores de que o país precisa para lutar contra a pandemia. O tweet foi entretanto apagado.

É o segundo incidente entre Pequim e os apoiantes de Bolsonaro desde que começou a crise do novo coronavírus. O primeiro foi protagonizado por Eduardo Bolsonaro, filho do chefe de Estado brasileiro.

Crise política no Governo de Bolsonaro

O incidente internacional surge num momento de grande tensão política no Brasil, com permanentes críticas de Bolsonaro ao trabalho que está a ser feito pelo ministro da Saúde contra a pandemia. Luiz Henrique Mandetta, que é médico, decretou uma política de confinamento para conter a propagação do coronavírus. Tem sido, por isso, alvo de constantes criticas de Bolsonaro.

Esta segunda-feira, Bolsonaro chegou a afirmar que iria substituir Mandetta. Recuou perante a pressão e discordância dos militares Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Governo).

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