Coronavírus

Covid-19. Áustria prepara “ressurreição após a Páscoa” com alívio de medidas restritivas, OMS deixa avisos

O Parque Volksgarten, em Viena, encerrado
O Parque Volksgarten, em Viena, encerrado
Thomas Kronsteiner/Getty Images

As lojas de produtos não essenciais poderão reabrir já a partir de terça-feira da próxima semana, anunciou o chanceler austríaco, que também deu luz verde à reabertura de todas as lojas, centros comerciais e cabeleireiros a partir de 1 de maio. “A estratégia de transição para uma situação mais normalizada requer uma abordagem calibrada e faseada”, adverte a OMS, que enumera os passos que cada governo deve dar

Covid-19. Áustria prepara “ressurreição após a Páscoa” com alívio de medidas restritivas, OMS deixa avisos

Hélder Gomes

Jornalista

O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, anunciou esta segunda-feira que o país poderá esperar uma espécie de “ressurreição após a Páscoa”. As lojas de produtos não essenciais poderão reabrir, sob estritas medidas de higiene, já a partir de terça-feira da próxima semana, disse. A medida marcará o início de um alívio gradual das medidas de confinamento impostas no país para travar a propagação da covid-19. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que o regresso à normalidade “requer uma abordagem calibrada e faseada”.

No caso austríaco, o chanceler deu luz verde à reabertura de todas as lojas, centros comerciais e cabeleireiros a partir de 1 de maio. Outros serviços, como restaurantes e hotéis, terão de manter-se de portas fechadas até meados de maio, sendo que esta medida está sujeita a uma decisão final que será tomada na próxima semana. As aulas presenciais nas escolas deverão continuar suspensas até pelo menos meados de maio, mas os exames irão realizar-se. Os eventos continuarão proibidos pelo menos até ao fim de junho.

A Áustria não é o único país a ensaiar um regresso à normalidade. A Dinamarca também já anunciou que poderá começar a reabrir escolas e infantários a meio da próxima semana, de uma forma “controlada e prudente”. Contudo, a Áustria poderá tornar-se o primeiro país da União Europeia a fazê-lo. Localizada no coração do continente, um alívio apressado das medidas restritivas na Áustria gera, segundo alguns especialistas, receios de um novo surto no espaço europeu.

“Esperar e analisar a cada passo”, recomenda OMS

“A estratégia de transição para uma situação mais normalizada requer uma abordagem calibrada e faseada”, adverte um porta-voz da OMS, em declarações ao Expresso. “Cada governo precisa de traçar o caminho, observando a epidemiologia da doença, a capacidade da saúde pública para suprimir a infeção, o poder da comunidade para continuar as medidas pessoais de prevenção, e a capacidade do sistema de saúde de reagir no caso de a doença voltar”, enumera o responsável.

“A cada passo, os governos precisam de esperar e analisar os dados para ver se as medidas funcionam antes de avançarem para o passo seguinte. A OMS trabalhará com todos os países para disponibilizar apoio na elaboração deste caminho e na monitorização da situação à medida que ela evolui”, esclarece.

O uso de máscaras em público tornou-se obrigatório esta segunda-feira na Áustria, sobretudo em supermercados – uma medida que deverá ser alargada aos transportes públicos na próxima semana. As restrições de movimento deverão continuar em vigor até ao final de abril, o que significa que até lá os austríacos só podem deixar as suas casas para trabalhar, fazer compras, ajudar pessoas vulneráveis ou fazer exercício.

Segundo os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins, a Áustria regista um total de 12.616 casos confirmados de infeção (Portugal vem logo a seguir, com 12.442), 243 mortes e 4.046 recuperados.

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