Coronavírus

OMS: "Há cada vez mais jovens nos cuidados intensivos e que estão a morrer"

A notícia da morte de um jovem médico vem num momento em que o número de mortos já ultrapassa os dois mil, só na China
A notícia da morte de um jovem médico vem num momento em que o número de mortos já ultrapassa os dois mil, só na China
CHINA DAILY

"Há cada vez mais pessoas dos grupos etários mais jovens, nas faixas dos 30, 40 ou 50 anos, que estão nos cuidados intensivos e que estão a morrer", afirmou em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, a diretora do programa de emergências sanitárias da OMS, Maria Van Kerkhove

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou esta sexta-feira para o aumento de casos de pessoas doentes com covid-19 mais novas que acabam nos cuidados intensivos ou por morrer, uma tendência para a qual ainda não há explicação.

"Há cada vez mais pessoas dos grupos etários mais jovens, nas faixas dos 30, 40 ou 50 anos, que estão nos cuidados intensivos e que estão a morrer", afirmou em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, a diretora do programa de emergências sanitárias da OMS, Maria Van Kerkhove.

Salientou que isso não significa uma mudança no padrão da doença, que continua a afetar mais gravemente pessoas com mais idade e que tinham problemas prévios antes de serem contagiadas com o novo coronavírus.

"Ainda falta algum tempo antes de entendermos como é a mortalidade nos diferentes países", afirmou, considerando que é "difícil e enganador" comparar taxas de letalidade entre países em fases diferentes da doença.

A taxa de letalidade calcula-se dividindo o número de pessoas que morreram pelo número de casos confirmados e há "diferenças significativas" no que os países estão a fazer para detetar casos, como os critérios que seguem para fazer testes.

O diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, defendeu que é preciso levantar as barreiras financeiras que existam ao acesso de pessoas aos cuidados de saúde, argumentando que os países que não o fizerem estarão a "prejudicar-se a si próprios e a colocar a sociedade em risco".

É preciso suspender as taxas de acesso aos cuidados de saúde e garantir testes gratuitos a toda a gente, tenham ou não seguros de saúde, e independentemente do seu estatuto de cidadão, refugiado ou migrante, defendeu.

Tedros Ghebereyesus reforçou ainda o apelo para que o combate à pandemia não desvie atenção de outros aspetos essenciais da saúde mundial, como a erradicação de doenças como a poliomielite, para as quais é preciso continuar as campanhas de vacinação.

O diretor da OMS alertou ainda para que as autoridades de cada país garantam o combate à violência doméstica, cujo risco aumenta com a necessidade de isolamento social e que pode afetar, sobretudo, "mulheres em relações abusivas e crianças" que se veem privadas de contactos sociais.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate