Desde que a Universidade de Coimbra cancelou as aulas presenciais, as aulas teóricas sofreram um acréscimo de presenças, mas os alunos com estágios poderão não ver os cursos terminados este ano letivo. Os alunos tentam, como podem, ultrapassar os constrangimentos causados pela pandemia de covid-19
Jorge acordou dez minutos antes da aula das nove. Agarrou no telemóvel, um olho ainda fechado e, sem descolar os lençóis de cima, ligou a plataforma zoom. Lá, nos confins da internet, estavam um professor e uma turma do segundo ano de Desporto e Lazer à sua espera.
Escolheu, porém, não ligar a câmara desta vez. Nem sempre é assim. Às vezes tem aulas “no computador ou no ipad”, com o pijama fora do corpo. Só que a hora transporta a preguiça. “Essa é a parte boa” da quarentena. Em dias normais, uma hora e meia era o cronometrado desde o levantar até chegar à Escola Superior de Educação de Coimbra.
E dali até ao Pólo I da Universidade é um instante agora, sem trânsito na cidade universitária, nem de carros nem de estudantes trajados. É certo que por esta altura a Praça da República já não se iria encher com o manto negro de outubro, mas ficaria pelo menos a esplanada do Cartola para endireitar as horas das noites académicas. E agora está recatada. O reflexo dos semáforos bateria depois, no cair da manhã, no vidro do teatro Gil Vicente, agora preto.
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