Ninguém duvida de que vem aí uma crise brutal. À esquerda, os partidos desconfiam da resposta europeia. Se a solução for austeridade, ficam de fora
É “terreno novo”, “uma grande incógnita”, mas sobretudo o regresso à “estaca zero”. A crise sanitária provocada pelo surto de covid-19 veio mudar as regras do xadrez político graças à crise económica que previsivelmente trará consigo. À esquerda, são muitas as desconfianças sobre os moldes que a resposta a uma nova recessão poderá assumir. E se os antigos parceiros do PS esperam que as lições da crise de 2008 não sejam agora varridas para debaixo do tapete, é certo que têm uma linha vermelha: se a solução voltar a passar por impor medidas austeritárias, BE e PCP colocar-se-ão fora da fotografia.
Se até há coisa de semanas a discussão à esquerda passava pelas já habituais trocas de acusações sobre o prolongamento — ou o enterro definitivo — da ‘geringonça’, a pandemia veio deixar a discussão em stand-by. Agora, os partidos da esquerda passam a ter no horizonte um fator com que não contavam: a crise económica que se avizinha, cinco anos depois de se terem envolvido numa solução de Governo inédita precisamente para imporem soluções que devolvessem rendimentos às pessoas e apagassem as marcas da austeridade. E podem esquecer medidas que estavam previstas para os próximos orçamentos, como descidas significativas no IRS ou mais aumentos nas pensões: a política do Governo para o aumento dos rendimentos está comprometida.
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