Iémen. Partes em conflito apoiam cessar-fogo face ao novo coronavírus
A guerra no Iémen opõe há mais de cinco anos os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão às forças leais ao governo reconhecido pela comunidade internacional
A guerra no Iémen opõe há mais de cinco anos os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão às forças leais ao governo reconhecido pela comunidade internacional
As partes em conflito no Iémen dizem apoiar o apelo da ONU para um cessar-fogo geral face à propagação mundial do novo coronavírus, quando o país já enfrenta a mais grave crise humanitária do mundo.
A guerra no Iémen opõe há mais de cinco anos os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão às forças leais ao governo reconhecido pela comunidade internacional, que conta com a ajuda de uma coligação militar internacional dirigida pela Arábia Saudita.
"A situação política, económica e sanitária no Iémen exige que a violência seja suspensa e que nos juntemos aos esforços internacionais e humanitários para preservar a vida dos cidadãos", declarou o governo iemenita num comunicado, saudando o apelo da ONU.
Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou um apelo "a um cessar-fogo imediato em todo o mundo" para salvar os civis à "fúria" do novo coronavírus.
"A coligação militar (conduzida por Riade) apoia a decisão do governo iemenita de aceitar (este) apelo", disse o porta-voz da coligação, Turki al-Maliki, citado pela agência oficial saudita SPA.
Os Huthis, por seu turno, declararam-se "abertos a todos os esforços e iniciativas".
Num comunicado, um responsável político do movimento, Mehdi al-Machat, apelou "à calma completa e real, para criar confiança e uma atmosfera propícia ao sucesso de uma solução política abrangente".
Contrariamente à Síria ou à Líbia, o Iémen não registou ainda qualquer caso de infeção do novo coronavírus, mas as organizações não governamentais temem uma catástrofe se a pandemia atingir o país, onde mais de três milhões de pessoas vivem amontoadas em campos de deslocados.
A guerra causou dezenas de milhares de mortos, sobretudo civis, segundo diversas ONG e mais de dois terços da população precisa de ajuda humanitária, calcula a ONU.
Ameaçado pela fome, o país é ainda regularmente atingido por epidemias, de dengue ou de cólera, por exemplo, devido a um sistema de saúde muito degradado e à escassez de água potável.
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