A pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, que assola o mundo, já obrigou países e regiões inteiras a colocarem a população de quarentena e suspenderem serviços e produção – o que terá os seus efeitos no rendimento das famílias.
Pelo menos é nisso que acredita 70% da população do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, que preveem que o seu agregado familiar vai perder rendimento na sequência do atual surto, conclui esta quarta-feira um inquérito da empresa de consultoria Kantar, noticiado pela agência Reuters.
Em Itália, a principal vítima do vírus na Europa, 82% dos inquiridos declararam que o coronavírus tem ou vai ter impacto no seu rendimento familiar – a percentagem mais elevada de todos os países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo). Nos Estados Unidos 74% afirmaram o mesmo e no Reino Unido 70%.
Com mais de 6.800 mortes, Itália tem o maior número de inquiridos que se mostram “muito preocupados” com a saúde da comunidade local, a disponibilidade dos serviços de saúde e os cuidados aos idosos e aos mais vulneráveis. Mas é também o país com mais pessoas a aprovar a resposta do seu Governo a esta pandemia (39%) – por oposição ao Japão que está no fundo da tabela (5%).
Embora o Japão seja o país com mais pessoas que disseram ter começado a usar máscara (65%), é também aquele com menor número de pessoas a praticarem todas as outras medidas apontadas no inquérito, tais como manter uma distância social, lavar as mãos mais frequentemente e evitar contactos sociais desnecessários.
Em relação à confiança na capacidade de resposta dos serviços públicos do país para lidar com a pandemia e suas consequências, França é o país menos confiante, com apenas 33% das pessoas a acreditar que estes conseguem lidar com a situação. Já no Canadá, Alemanha e Reino Unido mais de metade acredita que os serviços públicos estão preparados.
O estudo foi realizado na semana passada, antes do Governo britânico ter reforçado o apelo à população para permanecer em casa. É por isso que se compreende que apenas 28% dos britânicos tenham declarado que estão a trabalhar a partir de casa com maior frequência e que apenas mais de metade evitassem visitar os familiares e amigos idosos e mais vulneráveis.
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