Coronavírus

Francisco Louçã assina carta com 300 economistas para pedir emissão de “coronabonds”

Francisco Louçã assina carta com 300 economistas para pedir emissão de “coronabonds”
Jose Fernandes

Economistas pedem solução europeia e conjunta para fazer face aos impactos do surto. "Covid-19 poderá destruir a zona euro"

“Isto é uma crise europeia, exige uma solução europeia”. O argumento é usado para apoiar a emissão de obrigações de dívida europeia durante a crise do Covid-19 e pode ler-se numa carta aberta dirigida ao Conselho Europeu e assinada por 300 economistas, entre os quais o português Francisco Louçã.

Na carta assinada pelo fundador do Bloco de Esquerda, mas também por nomes como Thomas Piketty e Mark Blyth, propõe-se a emissão de dívida conjunta para financiar o esforço de resposta ao Covid-19. Se tal não acontecer, argumenta Louçã, “o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a impor-se”.

Os economistas defendem mesmo que a crise da Covid-19 poderá “destruir a zona Euro”, recordando que o Banco Central Europeu “afirmou que faria o que for necessário” e que “nenhum Estado membro deveria ter de recorrer a um bail-out ou assinar um novo memorando para acesso a fundos de emergência”. Por isso, e em tempo de “solidariedade”, os signatários da carta pedem um “instrumento comum de dívida” para mutualizar os custos, uma vez que o impacto do surto atingirá, expectavelmente, toda a Europa.

A proposta voltou a estar em cima da mesa esta semana, quando Angela Merkel admitiu, numa reunião extraordinária do Conselho Europeu, estudar soluções para partilhar os custos da crise a nível europeu - uma solução que foi discutida, mas nunca adotada, durante a crise económica que afetou principalmente os países do sul. Na terça-feira, como o Expresso noticiou, António Costa foi um dos defensores desta solução no encontro de líderes europeus da passada terça-feira.

Conforme noticiou a “Bloomberg”, esta hipótese começou por ser levantada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. A chanceler alemã terá assegurado que tinha pedido ao seu ministro das Finanças para analisar a situação, o que já é por si só uma novidade, uma vez que a Alemanha nunca tinha admitido a possibilidade de se recorrer a este instrumento.

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