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Coronavírus

Covid-19. Os portugueses têm agora uma missão: “achatar a curva”

O gráfico originalmente produzido pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos representa dois tipos de curvas epidémicas - uma sem medidas de contenção que ultrapassa o limite de capacidade de resposta do sistema de saúde e outra mais achatada em resultado das medidas de contenção
O gráfico originalmente produzido pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos representa dois tipos de curvas epidémicas - uma sem medidas de contenção que ultrapassa o limite de capacidade de resposta do sistema de saúde e outra mais achatada em resultado das medidas de contenção
Tiago Pereira Santos

A lógica é simples: sem medidas de contenção, o número de infetados dispara. Isso gera uma curva epidémica muito alta e acentuada, ultrapassando a capacidade de resposta dos hospitais. É urgente “achatar” essa curva para que o sistema de saúde consiga gerir recursos. Quem baixa a curva? A população. Como? Reduzindo contacto e ficando em casa. “O que as pessoas fizerem neste momento é um fator decisivo para termos sucesso ou não”

Covid-19. Os portugueses têm agora uma missão: “achatar a curva”

Tiago Pereira Santos

Coordenador de Arte Digital e Vídeo

A evolução do número de pessoas infetadas numa epidemia é representada por uma linha num gráfico. Se o vírus caminhar livremente na população, essa linha vai fazer uma curva muito alta e muito acentuada num curto intervalo de tempo. Isso significa que a doença se está a espalhar por muita gente e muito depressa. Mas se o contágio for mais lento, essa linha vai ser mais baixa e mais ‘achatada’ ao longo de mais tempo. E é precisamente essa a missão que a população tem em mãos neste momento: achatar a curva (ou #flattenthecurve, em inglês), evitando o contacto social e ficando em casa para travar a velocidade do contágio.

Ter uma linha muito alta ou uma linha mais baixa resulta em cenários completamente diferentes. É que se um vírus atinge muita gente em pouco tempo, a procura pelos hospitais dispara em poucos dias. E os sistemas de saúde de todos os países do mundo têm um limite de capacidade: pode ser maior ou menor consoante o país, mas não é ilimitada. Há sempre um determinado número de camas em cuidados intensivos, de ventiladores, de médicos e enfermeiros, além de todos os restantes recursos necessários para tratar as pessoas.

O problema é que quando a linha é muito alta e acentuada, rapidamente ela ultrapassa esse limite de de resposta dos hospitais. É o mesmo que dizer que os sistemas de saúde deixam de ter espaço e recursos para tratar todas as pessoas que vão precisar de cuidados médicos. E a probabilidade de haver mais mortes aumenta. Já quando se consegue que o contágio seja mais lento, o número de casos a surgir ao mesmo tempo será menor e os doentes a precisar de internamento serão menos. É isso que dá tempo aos hospitais para gerirem melhor os seus recursos e, em última análise, salvar mais vidas.

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