Covid-19. França votou nas municipais mas só se fala da crise sanitária

Abstenção bateu recordes e opinião pública pouco quer saber das eleições deste domingo. Coronavírus já infetou 5400 franceses, havendo 120 vítimas mortais
Abstenção bateu recordes e opinião pública pouco quer saber das eleições deste domingo. Coronavírus já infetou 5400 franceses, havendo 120 vítimas mortais
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
Jornalista
França está a viver uma estranha noite eleitoral, após a realização, este domingo, da primeira volta das eleições municipais. Esta deveria ser uma noite de divulgação de resultados e análise política, mas no país apenas se fala do Covid-19 e da pandemia.
Com 5400 casos (900 nas últimas 24 horas) e 120 mortes, o país foi votar e as projeções indicam que a abstenção tenha batido recordes, cifrando-se em 56%.
Depois da primeira volta das municipais diversos partidos pediram o adiamento da segunda volta prevista para domingo, 22. O primeiro-ministro, Edouard Philippe, não respondeu diretamente mas abriu a porta ao debate e disse que decisão será tomada depois de reuniões no início da semana com científicos e representantes dos partidos.
A gravidade da crise em França levou Portugal a decidir fechar, a partir de segunda-feira, 16 de março, todos os seus consulados em França. A situação faz com que pouca gente pareça querer saber quem ganhou ou quem fica mais bem colocado para a segunda volta nos milhares de cidades, vilas e aldeias onde decorreu a votação.
Nos principais canais de informação permanente continua a ser privilegiada a informação sobre o Covid-19. Há 300 pessoas internadas em estado grave e os recuperados são apenas 12.
Muitos franceses e comentadores dizem que o Governo e o Presidente Emmanuel Macron foram contraditórios: mandaram os franceses ficar o mais tempo possível em casa, fecharam quase todos os estabelecimentos públicos e, todavia, não adiaram as eleições municipais.
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