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Casos de morte súbita cardíaca podem ser prevenidos com uma análise genética, conclui estudo feito em Portugal

Casos de morte súbita cardíaca podem ser prevenidos com uma análise genética, conclui estudo feito em Portugal
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Porque é que jovens aparentemente saudáveis morrem de repente? Investigação da FMUP conclui que há determinados genes e mutações ligadas à morte súbita cardíaca, e sugere a existência de uma “variante fundadora na população portuguesa”. “60% das vítimas têm histórico familiar de morte súbita” e análise genética pode prevenir novos casos, mas testes devem ser feitos sob orientação de um cardiologista

Casos de morte súbita cardíaca podem ser prevenidos com uma análise genética, conclui estudo feito em Portugal

Mara Tribuna

Jornalista

25 de janeiro de 2004. A poucos minutos do final do jogo Benfica–Vitória de Guimarães, o jogador húngaro Miklós Fehér, de 24 anos, caiu inanimado no relvado e acabou por falecer. O avançado encarnado é apenas um dos casos de jovens aparentemente saudáveis que são vítimas de morte súbita cardíaca. Mas há uma análise genética que pode ajudar a evitar que se repitam “situações traumáticas” como esta.

Há 19 anos, a autópsia de Fehér revelou-se inconclusiva. “As autópsias brancas representam cerca de 30% dos casos em que não é possível identificar a causa de morte através de uma autópsia médico-legal. Nestes casos, as famílias ficam sem resposta. Foi isso que me despertou o interesse em investigar o tema”, conta Jennifer Fadoni, a investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que liderou o estudo publicado no “International Journal of Legal Medicine”.

Através de uma análise genética que permite identificar a causa molecular de um óbito, chamada autópsia molecular, a investigação conclui que há determinados genes e mutações que estão ligadas à morte súbita cardíaca — em concreto à miocardiopatia hipertrófica. Trata-se de uma doença que se caracteriza pelo aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo do coração.

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