25 de janeiro de 2004. A poucos minutos do final do jogo Benfica–Vitória de Guimarães, o jogador húngaro Miklós Fehér, de 24 anos, caiu inanimado no relvado e acabou por falecer. O avançado encarnado é apenas um dos casos de jovens aparentemente saudáveis que são vítimas de morte súbita cardíaca. Mas há uma análise genética que pode ajudar a evitar que se repitam “situações traumáticas” como esta.
Há 19 anos, a autópsia de Fehér revelou-se inconclusiva. “As autópsias brancas representam cerca de 30% dos casos em que não é possível identificar a causa de morte através de uma autópsia médico-legal. Nestes casos, as famílias ficam sem resposta. Foi isso que me despertou o interesse em investigar o tema”, conta Jennifer Fadoni, a investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que liderou o estudo publicado no “International Journal of Legal Medicine”.
Através de uma análise genética que permite identificar a causa molecular de um óbito, chamada autópsia molecular, a investigação conclui que há determinados genes e mutações que estão ligadas à morte súbita cardíaca — em concreto à miocardiopatia hipertrófica. Trata-se de uma doença que se caracteriza pelo aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo do coração.
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