Há três anos a curiosidade sobre o que passa na boca de um provador de vinho ainda estava bem fresca, mas quando os primeiros voluntários se disponibilizaram para a recolha de amostras, os investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) logo depararam com um imprevisto: “Descobrimos que as pessoas não queriam abrir a boca porque estávamos em pandemia. Tivemos de desenhar um protocolo para a recolha de amostras sem afastar a máscara”, recorda o professor Albano Beja Pereira. O esforço compensou: no final do ano de 2020 a investigação de mestrado de Sofia Duarte-Coimbra permitiu descobrir uma bactéria que pode justificar uma revisão dos métodos de prova de vinhos, ao mesmo tempo que se identificaram outros efeitos que dão que pensar: “Depois de uma prova de espumante, a boca do provador torna-se um deserto”, informa Beja Pereira.
Entre entendidos, já se sabia que a ingestão de um líquido produz um efeito de lavagem por via mecânica, mas no caso do álcool já havia também um fator sobejamente conhecido antes desta investigação: “O álcool tem a fama de matar o que está vivo e conservar o que está morto”, explica Albano Beja Pereira.
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