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Cientistas encontram “agulha num palheiro”: eis o primeiro buraco negro estelar fora da Via Láctea

Representação artística do sistema binário VFTS 243, localizado a 160 mil anos-luz de distância, na Nebulosa da Tarântula, onde um buraco negro está adormecido numa dança orbital com uma estrela quase três vezes mais massiva
Representação artística do sistema binário VFTS 243, localizado a 160 mil anos-luz de distância, na Nebulosa da Tarântula, onde um buraco negro está adormecido numa dança orbital com uma estrela quase três vezes mais massiva
ESO/ L. Calçada

O buraco negro identificado faz parte de um sistema binário, estando adormecido, sem se alimentar, num bailado orbital com uma estrela quase três vezes mais massiva e 200 mil vezes maior. Esta dança a dois acontece a 160 mil anos-luz de distância da Terra. Eis uma lição, explicada ao Expresso pelo astrofísico João Lin Yun, de como no Universo é preciso procurar a luz para encontrar a escuridão

Foram necessários seis anos de observações, obtidas com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul, no Chile, para encontrar um ‘monstro adormecido’ e invisível. Uma equipa internacional de investigadores descobriu, pela primeira vez e “sem qualquer ambiguidade”, um buraco negro estelar localizado fora da Via Láctea. “Conseguimos identificar uma agulha num palheiro”, afirma Tomer Shenar, cientista que liderou o estudo publicado esta segunda-feira na revista da especialidade “Nature Astronomy”.

O buraco negro tem, no minímo, nove massas solares e foi detetado na nossa vizinhança cósmica, na Nebulosa da Tarântula, um berço de estrelas situado na Grande Nuvem de Magalhães que, apesar do nome, se trata de uma galáxia anã satélite da Via Láctea, a 160 mil anos-luz de distância.

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