Ciência

Das escolhas alimentares que o nosso cérebro faz à energia produzida por algas: seis investigadores portugueses ganham bolsas europeias

Das escolhas alimentares que o nosso cérebro faz à energia produzida por algas: seis investigadores portugueses ganham bolsas europeias
SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images

Paulo, Albino, Barbara, Sónia, Elias e Ricardo são investigadores portugueses, que o Conselho Europeu de Investigação considera promissores e, por isso, acabaram de ser galardoados com bolsas de milhões de euros para poderem dar asas a investigações inovadoras. São, ao todo, 11 milhões de euros para florescer a investigação portuguesa

Das escolhas alimentares que o nosso cérebro faz à energia produzida por algas: seis investigadores portugueses ganham bolsas europeias

Joana Ascensão

Jornalista

Seis investigadores portugueses foram galardoados com bolsas de investigação do Conselho Europeu de Investigação (ERC, do inglês European Research Council). A lista dos vencedores das Starting Grants de 2020 do esquema de financiamento que seleciona cientistas promissores em início de carreira, com trabalhos no currículo e propostas de investigação excecionais, foi anunciada esta quinta-feira. Ao todo, Portugal terá direito a 11 milhões de euros.

Nela está incluído Albino Oliveira-Maia, psiquiatra e neurocientista, diretor da Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud, que receberá 1,5 milhões de euros, para continuar a sua exploração sobre a comunicação entre os sistemas digestivo e nervoso.

Oliveira-Maia é o primeiro médico a exercer em Portugal a ser reconhecido com esta prestigiante bolsa de financiamento. Outro cientista, Elias H. Barriga, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Ciência, recebe 1,8 milhões de euros.

Recentemente, Oliveira-Maia e a sua equipa identificaram um eixo digestivo-cerebral capaz de controlar a escolha alimentar em ratinhos e agora pretendem, com base nas descobertas, investigar a escolha alimentar em humanos. "Afinal, se o nosso intestino é capaz de dizer ao cérebro qual é o alimento mais nutritivo, porque é que muitas vezes não o ouvimos?", diz o instituto em comunicado.

Quanto Elias H. Barriga, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Ciência, poderá com o prémio aprofundar o estudo da migração celular coletiva direcionada, isto é, da função migratória que é essencial para um grande número de processos, desde o desenvolvimento embrionário à reparação de tecidos ou à metastização do cancro.

Na lista deste prémio, que existe desde 2007 e este ano distribuirá 677 milhões de euros por investigadores de 40 nacionalidades, constam também os nomes de Ricardo Agarez, da Universidade de Évora, que desenvolverá um estudo aprofundado na área da arquitetura, intitulado "Built Environment Knowledge for Resilient, Sustainable Communities: Understanding Everyday Modern Architecture and Urban Design in the Iberian Peninsula (1939-1985)", e ainda Sónia Cruz, da Universidade de Aveiro, que vai aprofundar o trabalho "Kleptoplasty: The sea slug that got away with stolen chloroplasts".

Dois outros nomes surgem da Universidade de Coimbra. Um deles é Paulo Rocha, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), que receberá 2,2 milhões de euros para concretizar o projeto “Green – Generating Energy from Electroactive Algae”, que visa a geração de energia limpa e sustentável através da comunicação entre algas.

Por seu turno, Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), obteve 1,8 milhões de euros para realizar um estudo inovador sobre as experiências dos cidadãos em relação ao local onde preferem morrer e onde realmente morrem, intitulado “EOLinPLACE – Choice of where we die”. A investigação será desenvolvida em quatro países com realidades contrastantes - Portugal, Holanda, Uganda e Estados Unidos.

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