Boaventura Sousa Santos, professor catedrático da Universidade de Coimbra, diz que está a ser alvo de acusações falsas e caluniosas. Ao jornal “Público”, o sociólogo diz que a ativista argentina que o acusa de assédio sexual está a mentir e avança com alegadas provas.
Três semanas depois de ter sido acusado de assédio, Boaventura Sousa Santos vem dizer que são falsas e caluniosas as acusações de Moira Ivana Millan.
Num documento enviado ao jornal “Público”, o sociólogo exige um pedido de desculpa, diz que não gostaria de avançar para tribunal, mas espera que a ativista argentina se retrate.
As afirmações de Moira Millan já tinham sido feitas em 2018 e em 2021, mas foram agora retomadas a propósito da divulgação de um trabalho científico sobre assédio na academia.
Boaventura revela documentos que alegadamente comprovam a sua versão
Boaventura Sousa Santos nega os acontecimentos, tendo enviado ao jornal “Público” vários documentos para sustentar a sua versão
Confirma o jantar com a queixosa, mas não a ida ao apartamento. Revela ainda e-mails posteriores que alegadamente demonstram uma relação amistosa.
Um dos e-mails enviados pela ativista argentina ao professor:
“Mando-te um grande abraço confessando que guardo com carinho o aroma das ruas de Coimbra, aquela noite quente, o nosso passeio sem pressa e a conversa cativante e estimulante que tivemos, e claro o teu bom gosto para os vinhos”.
Em resposta, Sousa Santos escreveu:
"Fico contente por saber que gostaste da passagem por Coimbra. Tive muito gosto em receber-te em Coimbra. A tua palestra foi muito apreciada por todos. Também me senti muito desafiado pelas tuas perspetivas sobre as lutas indígenas".
Questionada pelo “Público” sobre a veracidade dos e-mails, Moira Millan diz que escreveu este texto mas para outra pessoa, e que terá encerrado a conta por suspeitas de ataque informático.
Sousa Santos diz que Moira Millan solicitou apoio financeiro
Boaventura Sousa Santos alega ainda que posteriormente, a ativista contactou o Centro de Estudos Sociais solicitando apoio financeiro para vários projetos, o que nunca terá acontecido.
E só uma única vez em 2014 respondeu a um e-mail pessoal para apoio à causa indígena
As acusações de assédio sexual e moral tornaram-se públicas, num capitulo do livro "Má conduta sexual na Academia", publicado a 11 de abril por uma editora britânica e assinado por três ex-investigadoras daquela instituição.
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