Sociedade

Elevador da Glória: PS remete responsabilidades políticas para as autárquicas e IL alerta que é cedo para conclusões

Elevador da Glória, em Lisboa
Elevador da Glória, em Lisboa
MIGUEL A.LOPES/EPA

As reações ao acidente do elevador da Glória dividem o discurso político: o PS remete o julgamento para as autárquicas de outubro, enquanto a Iniciativa Liberal alerta que só as investigações poderão determinar responsabilidades

O acidente no elevador da Glória, em Lisboa, que provocou 16 mortos e mais de 20 feridos, continua a marcar a agenda política. Enquanto o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defende que o escrutínio político será feito nas autárquicas de outubro, a líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, apela à prudência e considera prematuro tirar conclusões antes do fim das investigações.

Questionado pelos jornalistas sobre se o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, deveria demitir-se na sequência do acidente, José Luís Carneiro respondeu que o seu “parecer é aquele que tem que ver com respeito pelo escrutínio daqueles que têm uma eleição própria para fazer o escrutínio do seu presidente da Câmara Municipal de Lisboa”.

“Naturalmente que o escrutínio tem de ser feito. A partir de agora, em termos de sede de vereação municipal e também da candidata à Câmara Municipal [Alexandra Leitão], de realizarem esse escrutínio. Mas é um escrutínio que vai ser feito no dia 12 de outubro. Esse é mesmo o grande escrutínio político”, afirmou.

Para Carneiro, o acidente no elevador da Glória é “um assunto da maior importância para o país” e os partidos políticos com responsabilidades nacionais “cumpriram aqueles que são os seus deveres fundamentais”, começando pelo respeito pelo luto das vítimas e das famílias.

Já a líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, reiterou este domingo que é “prematuro tirar grandes conclusões” sobre o acidente, rejeitando qualquer associação desta posição à proximidade das eleições autárquicas.

“Acho que é prudente aguardarmos pelas conclusões das investigações, das perícias, para sabermos exatamente o que é que se passou, sabendo as causas para poder prevenir tragédias futuras”, afirmou, na Póvoa de Varzim, onde participou numa caminhada com os núcleos locais do partido.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou, no sábado, em relatório preliminar, que o cabo que unia as duas cabines do elevador da Glória “cedeu no seu ponto de fixação” da carruagem que descarrilou.

Mariana Leitão frisou tratar-se de um documento preliminar que não permite tirar conclusões objetivas. “Nós gostamos de trabalhar em cima de factos, em cima de dados concretos, em cima de informações concretas. Neste momento não as temos e, portanto, qualquer ilação, qualquer ideia que se tire ou qualquer posicionamento que se tire que não seja em cima de factos é prematuro, é contraproducente e não é essa a forma de estar da Iniciativa Liberal”, concluiu.

Na sexta-feira, o Chega anunciou uma moção de censura ao executivo da Câmara de Lisboa, exigindo responsabilidades pelo acidente. Já o PCP questionou se Carlos Moedas tem condições para se manter no cargo, recordando declarações do autarca no passado e sublinhando que, para além das conclusões técnicas, terão de ser assumidas também consequências políticas.

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