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“A vida cortada pelo comboio”: TGV ameaça passar por cima de 135 casas e fábricas em Gaia

A construção da linha de alta velocidade pode implicar 135 demolições em Vila Nova de Gaia
A construção da linha de alta velocidade pode implicar 135 demolições em Vila Nova de Gaia
Rui Duarte Silva

O TGV chega a Gaia com promessas de modernização, mas também provoca inquietação. Moradores e empresários enfrentam incerteza sobre o impacto do traçado. A cidade vive entre o anúncio do progresso e a resistência local

“Sinto-me numa guerra. Sei que me vão rebentar com a casa”. É assim, sem rodeios, que Artur Vieira descreve a “bomba” que caiu sobre a sua vida tranquila em Serzedo, uma pacata freguesia de Vila Nova de Gaia. Um sábado de manhã, em março, dois técnicos bateram-lhe à porta. Traziam más notícias. “Explicaram que estavam ali por causa do TGV. Pensei que fosse por causa de um terreno do meu irmão, em frente à minha casa. Disseram-me logo: ‘Não, estamos aqui por causa da sua casa, porque o traçado passa em cima dela’”. Artur ficou em choque. “Achei aquilo tão rocambolesco que até pensei que pudesse ser uma burla. Só mais tarde é que percebi que era mesmo real”. O problema não é só pessoal. O projeto da linha de alta velocidade entre o Porto e Oiã poderá implicar 135 demolições maioritariamente casas, mas também indústrias e armazéns em Vila Nova de Gaia.

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