Sociedade

Sindicato alerta que procedimento da linha SNS 24 desrespeita funcionamento dos centros de saúde

Sindicato alerta que procedimento da linha SNS 24 desrespeita funcionamento dos centros de saúde
ESTELA SILVA

O Sindicato Independente dos Médicos alertou este sábado que, em vários centros de saúde, ou seja, Unidades de Saúde Familiar, estão a ser agendadas consultas pela linha SNS 24 para utentes não inscritos. O que desrespeita o funcionamento dessas unidades e por isso já enviou cartas para o Ministério da Saúde e SNS

O Sindicato Independente dos Médicos diz que estão a ser agendadas consultas para utentes não inscritos, em diversos centros de saúde do país, através da linha SNS 24, destinada a reduzir a pressão nos hospitais.

Em causa está a marcação de consultas pela linha SNS 24 diretamente para os cuidados de saúde primários, no âmbito do projeto "Ligue Antes, Salve Vidas", que pretende reduzir a pressão das urgências dos hospitais devido ao excesso de procura.

Em comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) sublinha compreender a necessidade de reorganizar a resposta à doença aguda e reconhece as dificuldades das urgências em Portugal, mas manifestou o "seu repúdio pelo facto de este projeto não respeitar e estar a pôr em causa o modelo das USF e as equipas" que nelas trabalham.

Segundo o sindicato, este procedimento colide com a legislação sobre funcionamento das USF (centros de saúde), que prevê que estas unidades prestam cuidados de saúde à população que está inscrita e que podem, mas apenas de forma contratualizada e adicional, assumir outras responsabilidades assistenciais.

"O incumprimento desta norma compromete decisivamente o atingimento do compromisso assistencial e de desempenho destas unidades", alegou a estrutura sindical, ao alertar que a "gravidade da situação" é maior com o alargamento do projeto "Ligue Antes, Salve Vidas" a Unidades Locais de Saúde (ULS) com menor cobertura de médicos de família.

Assim, o sindicato enviou ao Ministério da Saúde, assim como a outras entidades do Serviço Nacional de Saúde, uma carta a solicitar a suspensão imediata do procedimento e a contratualização de carteiras adicionais, sempre que se verifique a necessidade de as USF prestarem cuidados a utentes não inscritos.

O sindicato garantiu ainda que não há qualquer obrigatoriedade de atendimento a utentes não inscritos nas USF dentro do seu horário de atividade, sem qualquer aprovação ou contratualização desta atividade extraordinária.

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