Foi em maio do ano passado que a vida de Maria Andrade (nome fictício) “numa ou duas horas desmoronou por completo”. Tomava a pílula sem falhar um dia, tinha feito uma citologia (exame ao colo do útero) em fevereiro, no centro de saúde, e não tinha quaisquer sintomas de gravidez. Andava apenas sensível e chorava com facilidade. Num domingo em que foi trabalhar, uma colega comentou que, se calhar, estava grávida. Caiu-lhe a ficha. Nesse mesmo dia comprou um teste, fê-lo imediatamente e ficou “em pânico”. A indicação do teste já dava que estaria grávida de mais de quatro semanas. Ligou à médica de família, que lhe disse para no dia seguinte, segunda-feira, ir ter com ela ao centro de saúde e a aconselhou a dali sair direta para as urgências de um hospital público, com a “mentira piedosa” de que estava com perdas de sangue, para conseguir ser atendida rapidamente. Assim fez.
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