Sociedade

Estudantes retirados pela polícia após protesto no Ministério dos Negócios Estrangeiros

Estudantes retirados pela polícia após protesto no Ministério dos Negócios Estrangeiros
Telegram/Fim ao Fóssil

O protesto seguiu-se a outras ações semelhantes contra instituições do Governo e estabelecimentos de ensino superior. Os jovens exigem um cessar-fogo imediato e o fim do apoio dessas instituições ao estado israelita

Estudantes retirados pela polícia após protesto no Ministério dos Negócios Estrangeiros

Hélio Carvalho

Jornalista

Menos de 24 horas depois do último protesto pela Palestina, cerca de 20 estudantes ocuparam esta manhã o edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, acabando por ser retirados pela polícia pouco depois.

O protesto foi organizado pelo movimento coletivo “Fim ao Fóssil”, o mesmo coletivo que realizou o primeiro acampamento estudantil em Portugal em solidariedade com o povo palestiniano e pelo fim da utilização de combustíveis fósseis até 2030. Os estudantes defendem também um cessar fogo “imediato e incondicional” na Faixa de Gaza.

Através de publicações na rede social Telegram, o grupo ambientalista disse que os ativistas foram “retirados violentamente” por militares da Guarda Nacional Republicana (GNR). Nos vídeos publicados, é possível ver agentes a remover à força os alunos e um homem, com uma cédula ao peito mas sem farda policial, a retirar-lhes os cartazes.

“Assistimos a um genocídio em direto e aprendemos desde cedo que não teremos um futuro se não acabarmos com os fósseis. Mas as instituições de poder e o governo que este Ministério representa nada fazem. Não podemos deixar que continuem a ignorar estas crises”, afirmou Matilde Ventura, uma ativista citada pelo Fim ao Fóssil.

Em comunicado, o grupo explicou que os alunos em protesto estavam “estavam unidos por tubos metálicos, para tornar mais difícil a sua remoção” - uma prática comum dos movimentos ambientalistas de resistência pacífica.

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Foram realizadas, até agora, várias manifestações de apoio à Palestina e contra a ofensiva israelita em Gaza nas universidades portuguesas. Em algumas, houve também acampamentos inspirados nos protestos nos Estados Unidos. O primeiro, na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, acabou com oito pessoas detidas. Esta noite, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, vários estudantes passaram a noite acampados no exterior do edifício após este ser fechado pelos seguranças.

Os acampamentos estudantis por um cessar-fogo em Gaza começaram na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, espalhando-se pelo resto do país. No entanto, os acampamentos foram reprimidos com violência pelas autoridades policiais norte-americanas e criticados por políticos, que defenderam a ofensiva militar israelita. Também na Europa, nomeadamente em Amesterdão e em Paris, houve protestos semelhantes, que também terminaram com detenções.

Uma das reivindicações nas universidades norte-americanas é o corte das ligações institucionais e financeiras com o estado de Israel. Em Portugal, as instituições de ensino afastam corte de relações com congéneres israelitas.

Correção: artigo corrigido às 13h04 por confusão entre a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana. Pedimos desculpa pelo lapso.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hcarvalho@expresso.impresa.pt

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