O primeiro sinal são os cravos. A manifestação “Contra o Fascismo, Mais e Melhor Habitação” ainda não começou, mas vários jovens distribuem a flor de Abril a quem chega à Praça dos Poveiros, no centro do Porto. À hora marcada, já centenas de pessoas invadiram as esplanadas preparadas para os turistas: há bandeiras ciganas, LGBTQ+, da Palestina e do PCP, as palavras de ordem são entoadas num ritmo coeso: “Poder Popular”, “Continuar Abril”, “eu sou antifascista e o mundo vou mudar”.
Álvaro Reboredo não está a cantar: é uma das poucas pessoas sentadas, está sozinho, de costas para o epicentro do encontro. Fuma um cigarro a espaços, lê um livro, fica a dúvida se veio apenas passear ou participar na manifestação.
“Decidi vir porque os resultados das eleições são preocupantes. Daqui a pouco há uma manifestação fascista aqui ao lado, e isso mostra que a sociedade está cada vez mais dividida. É uma tendência europeia, e não apenas portuguesa”, afirma este jovem de 30 anos, trabalhador por conta própria.
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