Desde outubro que João Tomás Bossa, português a residir no Luxemburgo, diz estar a tentar que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) o auxilie a tirar de Gaza os cerca de vinte familiares que ainda se encontram em Rafah.
A história de João Tomás Bossa, casado com Wafaa Abo Zarifa, de nacionalidade palestiniana e detentora também de um passaporte luxemburguês, foi dada a conhecer este domingo através de um comunicado emitido pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, que afirma no texto ter já questionado o MNE sobre a situação desta família.
Em causa estarão o sogro, os cunhados e os sobrinhos de João Tomás Bossa, que, segundo a nota, “estão a viver uma situação desumana e dramática em Gaza, evidentemente com risco de vida, face à intervenção desproporcional e sem preocupação com as vidas civis, por parte de Israel”.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda foi contactado pelo português, que diz estar a pedir ajuda ao MNE desde outubro do ano passado. Segundo o comunicado, João Bossa diz que não obteve uma resposta positiva do MNE ao seu apelo. Diz também que já terá contactado a Embaixada de Israel em Portugal para que “deixem de bloquear qualquer iniciativa de Portugal em resgatar a sua família”.
“Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis”, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, colocando três perguntas ao gabinete de João Gomes Cravinho. Em primeiro lugar, quer saber se o Executivo tem conhecimento desta situação, se “pretende ajudar as famílias de cidadãos portugueses que estão sujeitas à agressão por parte de Israel” e se foi desencadeado algum procedimento para ajudar os familiares de João Bossa.
Contactado pelo Expresso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ainda não esclareceu a situação.
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