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Perícias divergem na gravidade da doença de Ricardo Salgado

Perícias divergem na gravidade da doença de Ricardo Salgado
Patricia de Melo Moreira/Getty Images

Juízes terão de decidir se antigo banqueiro está em condições para ser julgado e, eventualmente, cumprir pena numa prisão

Perícias divergem na gravidade da doença de Ricardo Salgado

Helena Bento

Jornalista

Perícias divergem na gravidade da doença de Ricardo Salgado

Rui Gustavo

Jornalista

As duas perícias médicas a que Ricardo Salgado foi submetido recentemente no âmbito dos processos judiciais em que está envolvido concordam na existência de Alzheimer, mas não na gravidade da doença. Se o relatório da perícia realizada no âmbito do processo cível no Tribunal de Cascais afirma que a doença é “moderada” — fase clínica caracterizada pela “dependência de terceiros para algumas atividades básicas” —, sendo “previsível um agravamento progressivo”, o relatório da perícia feita no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciên­cias Forenses, em Coimbra, a pedido da juíza do processo-crime EDP, apenas descreve a doença como de “início insidioso” e “evolução progressiva”. À pergunta sobre se é “provável” que a situação do ex-presidente do BES se agrave — uma das várias questões a que foi necessário dar resposta —, os peritos Joa­quim Cerejeira (psiquiatra), Isabel Santana (neurologista) e Renata Benavente (psicóloga) responderam apenas que a doença é “crónica e progressiva” e que a “trajetória individual de progressão é muito variável”.

Também deixaram claro que, durante a avaliação neuropsicológica solicitada durante a perícia, Salgado terá “exacerbado” as dificuldades que enfrenta, numa tentativa de tornar a doença mais grave do que realmente é. “O examinando efetua relatos de sintomas neurológicos ilógicos ou muito atípicos e sintomas relacionados com distúrbios de memória que são inconsistentes com padrões de comprometimento produzidos por disfunção ou dano cerebral real, sugestivos da tentativa de exacerbar dificuldades”, lê-se no relatório.

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