As delegadas sindicais do ‘Diário de Notícias’ estiveram esta segunda-feira reunidas com o presidente da Comissão Executiva da Global Media Group (GMG), José Paulo Fafe, e o administrador com o pelouro financeiro, Luís Nascimento. Segundo o comunicado das delegadas sindicais, o presidente executivo garantiu que os salários de dezembro não estão em causa. No entanto, assumiu o compromisso de alertar os trabalhadores até ao dia 27, caso haja atrasos no pagamento.
Isto quando uma nota divulgada pelos delegados sindicais do grupo dá conta que esta segunda-feira, dia 18, os trabalhadores a recibos verdes do grupo continuam com os pagamentos de outubro em atraso. Na sexta-feira passada, a Comissão Executiva do GMG justificou o atraso dizendo que o Banco Atlântico Europa teria suspendido o acesso à conta por causado “impacto mediático do plano de reestruturação em curso” e garantiu estar a realizar as diligências necessárias para proceder aos pagamentos, que costumam ser pagos entre o dia 10 e 13 de cada mês.
Na reunião desta segunda-feira com as delegadas sindicais do DN, que “teve como objetivo principal levar à administração as preocupações transmitidas pela redação no plenário do passado dia 14 de dezembro”, a administração do GMG foi informada que os trabalhadores estão contra a decisão de que o pagamento do subsídio de Natal de 2023 seja feito em duodécimos de 12 meses, em 2024. Em alternativa, propõem que este seja pago em duas tranches, nos meses de janeiro e fevereiro.
As delegadas sindicais avisaram a administração que caso tal não suceda, a redação admite “responder em conformidade com ações de protesto”. Em resposta, o José Paulo Fafe “declarou que não podia assumir esse compromisso, tendo em conta a atual situação financeira do GMG, colocando a prioridade no pagamento de salários”, cita o comunicado. Os trabalhadores do DN vão convocar novo plenário para decidir os próximos passos.
A reunião desta segunda-feira foi pedida com caráter de urgência na semana passada, depois das direções do Jornal de Notícias, TSF e O Jogo se terem demitido em bloco. Na altura, a redação reunida em plenário - cuja ata é citada pela Lusa - disse “discordar da tese de que o DN ‘está a salvo’ de um imprevisível processo de rescisões” a decorrer no GMG e reconheceu que “os problemas financeiros assumidos” e a instabilidade em redor do grupo “causam apreensão” naquela publicação “como em qualquer outro título do grupo”.
O GMG anunciou a 6 de dezembro que vai negociar rescisões com 150 a 200 trabalhadores. O processo fará parte de uma reestruturação que diz ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
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