A Procuradoria-Geral da República revela num novo comunicado sobre a Operação Influencer que o inquérito autónomo a António Costa enviado para o Supremo Tribunal de Justiça foi realizado a 17 de outubro.
De acordo com a PGR, o Ministério Público encontra-se vinculado por imposição legal sempre que obtém notícia da eventual prática de factos criminalmente relevantes, e que neste caso o inquérito remonta a 17 de outubro, “tendo decorrido, na circunstância, da atribuição pelo Código de Processo Penal de foro especial ao Primeiro-Ministro”.
Ainda segundo o gabinete de Lucília Gago, sem prejuízo da ocorrida autonomização, “a conexão existente entre a factualidade subjacente aos dois inquéritos justifica e exige que a investigação de ambos prossiga articuladamente”.
Por isso, as diligências integrantes da operação desenvolvida esta semana e o material probatório recolhido no seu âmbito, incluindo o acervo documental e digital, “demandam exaustiva análise”.
E assim, “sem descurar essa exigência, as investigações prosseguirão com as necessárias diligência e celeridade, visando o seu encerramento no mais curto prazo”.
Os procuradores do MP investigam uma alegada teia de favores entre dois empresários da Start Campus, empresa que investiu no Data Center de Sines, o melhor amigo de António Costa, Diogo Lacerda Machado, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária e o presidente da Câmara de Sines. Todos estão detidos e a serem ouvidos para primeiro interrogatório no Campus da Justiça.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, estão entre os arguidos. Várias escutas comprovam que todos invocaram o nome do primeiro-ministro para a flexibilização de procedimentos para facilitar o investimento da Star Campus, num projeto de 500 milhões de euros.
O MP suspeita de crimes como corrupção, tráfico de influências ou prevaricação.
O primeiro comunicado da PGR, que referia o nome de António Costa num último parágrafo, referindo-se à abertura de um inquérito ao primeiro-ministro no Supremo, acabou por precipitar a demissão do PM e agerar uma crise política.
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