Num concelho onde mais de 18 mil pessoas não têm médico de família, a autarquia optou por colocar uma tenda à porta do centro de saúde. É aí que se abrigam aqueles que esperam, noite e madrugada fora, por uma senha de atendimento
No concelho de Ourém quase metade da população não tem médico de família. Para conseguir uma consulta, os utentes acabam por ter que pernoitar à porta do centro de saúde. A autarquia local acabou por colocar uma tenda onde se possam abrigar.
São mais de 18 mil os utentes sem médico de família neste município e, por vários motivos, muitos se dirigem ali ainda de madrugada, para conseguir obter uma senha para si ou para familiares doentes.
É o caso de Jacinta António, que passou a noite nesta tenda para conseguir uma senha para o seu marido. Ou de Rui Ferreira, que disse à SIC que já vai na quarta tentativa para ser atendido no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No entanto, o grande anseio da população é outro. Com a falta de médicos que se faz sentir um pouco por todo o pais, a autarquia de Ourém tenta, agora, através de um programa de incentivo à fixação de médicos aposentados, colmatar esta lacuna.
Na região do Médio Tejo são já 72.000 utentes sem médico de família. Um problema que se tem vindo a agravar e que parece não ter solução à vista.
