Tenha cuidado com o azeite que compra na internet: a ASAE avisa que a “pechincha” pode ser afinal óleo misturado com corante

Nas redes sociais há grupos fechados a anunciar a venda de azeite “virgem extra” que “vem diretamente da terra” ou “do produtor” a preços imbatíveis: entre os €3 e os €5 o litro. As fotografias partilhadas mostram garrafões sem rótulo, para lhes conferir um aspeto caseiro, natural, e há quem os vá entregar a casa por uma “pechincha”. A venda através destes canais informais está a alarmar as autoridades e as principais associações do ramo, porque na esmagadora maioria dos casos quem o compra julga estar a fazer um bom negócio — na verdade, está apenas a levar para casa óleo misturado com corante alimentar. “Quer pela escassez do azeite em Portugal, quer pelo aumento que se vem verificando dos preços praticados, existe alegadamente um maior risco de práticas fraudulentas neste sector”, diz a ASAE ao Expresso.

“É muitíssimo preocupante. As falsificações têm tendência a aumentar devido à inflação. É um crime que compensa mais hoje do que, por exemplo, no ano passado”, corrobora Mariana Matos, secretária-geral da associação Casa do Azeite. Esta dirigente conta que a internet, juntamente com as feiras e mercados informais, são os principais locais onde se vendem estas falsificações. “São mercados subterrâneos que estão à vista de todos, mas que continuam sem controlo. O consumidor está a comprar gato por lebre.” A associação tem realizado levantamentos regulares, sobretudo nas feiras, e denuncia às autoridades sempre que encontra garrafões de azeite sem rótulo com preços suspeitos. Ao Expresso, a ASAE revela que em 2022 e 2023 foram instaurados 18 processos-crimes por falsificação de azeite e fraude sobre mercadorias num total de quase 100 mil litros de óleo e azeite apreendido que valiam mais de €400 mil

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.