Ainda não passou um ano desde que o Chat GPT foi lançado, em novembro de 2022, e continua a haver muito por discutir sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na economia, no emprego e na sociedade em geral. “A IA já está a mudar as novas vidas e vai continuar a fazê-lo. Não há volta a dar”, diz Pedro Oliveira, diretor da Nova SBE, considerando que no setor da educação e formação é “um desafio brutal”.
“Desconfio que estas tecnologias vão alterar completamente a forma como olhamos para a formação num futuro próximo. Este setor tem sido relativamente estável e sobreviveu a diferentes vagas tecnológicas. Mas acho que esta é um bocadinho diferente, mexe mais. Basta pensar que as taxas de adoção desta tecnologia foram assustadoras, com 100 milhões de utilizadores num mês. É algo diferente”, afirma.
A inteligência artificial e o seu impacto na economia é um dos temas de atualidade que vão estar em discussão nas Conferências do Estoril, que decorrem em Carcavelos, na Nova SBE, organizadas com a Nova Medical School, nos dias 1 e 2 de setembro, e que daqui em diante passam a ser anuais.
O evento arranca com um tema controverso: a campanha lançada pelo Nobel da Medicina Richard Roberts, juntamente com mais de uma centena de outros laureados, a favor dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). “Richard Roberts vem dizer, como cientista, que ele e outros 140 laureados defendem que os organismos geneticamente modificados podem ajudar a resolver muitos problemas. Ele explica com grande detalhe que, na realidade, podem ser a solução para a fome em África”, descreve o diretor da Nova SBE. “Esperamos que a reflexão sobre o tema possa levar a alguma ação.”
As conferências trarão ainda à discussão o lançamento dos principais temas da agenda das Nações Unidas para o próximo ano, além de porem responsáveis de várias empresas a discutir a sustentabilidade do planeta.
A saúde será outro dos grande temas, não só por ter marcado a agenda mundial dos últimos anos devido à pandemia de covid-19, mas também porque a tecnologia abre as portas a melhorias no diagnóstico e no tratamento de muitas doenças.
“O objetivo é fazer uma conferência onde se discutem os grandes problemas que a humanidade esta a enfrentar, das alterações climáticas à guerra, aos desafios tecnológicos como a inteligência artificial ou à saúde. Como escola, produzimos bastante conhecimento e queremos divulgá-lo e funcionar como plataforma de discussão”, diz Pedro Oliveira. “Se calhar é excesso de ambição, mas gostava que estas conferências fossem uma espécie de Davos, que todos os anos as pessoas ficassem com curiosidade sobre o que vai ser dito.”
Nesta edição, entre os oradores está Richard Roberts (Nobel da Medicina 1993) e Aaron Ciechanover (Nobel da Química 2004), além de Sergiy Kyslytsya (Embaixador da Ucrânia junto das Nações Unidas), Cristina Duarte (sub-secretária geral das Nações Unidas), Gerard Ryle (Pulitzer 2017) ou Sameera Chukkapalli (Fundação Obama).
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